O bispo deBragança-Miranda, D. José Cordeiro, expressa “enorme alegria e muita esperança” pela realização da próxima Jornada Mundial da Juventude (JMJ) em Lisboa.
D. José Cordeiro recebeu, no Panamá, a notícia da realização da próxima edição internacional da JMJ em Portugal e mostra-se convicto que embora seja Lisboa o palco central, a iniciativa “vai envolver e comprometer todas as dioceses de Portugal”.
Bragança-Miranda está disponível para acolher grupos de jovens dos vários países na “pré-jornada”, encontro que antecede a semana da JMJ, e que consiste na integração dos jovens nas comunidades paroquiais.
Durante esses dias, os jovens têm oportunidade de conhecer melhor o país que os acolhe, bem como a Igreja local e as suas especificidades, ficando alojados, à semelhança da semana da JMJ, em instalações públicas, paroquiais ou em casas de famílias.
“As nossas expetativas são muito elevadas, porque, depois de 35 anos de JMJ, criou-se já um dinamismo e um alcance universal que é preciso acompanhar”, refere o prelado.
O bispo de Bragança-Miranda, à semelhança do que já afirmou o cardeal-patriarca de Lisboa, sublinha que a JMJ “será feita com os jovens e para os jovens, com a colaboração, a companhia, a presença dos adultos na fé” e de um modo especial dos bispos que têm como missão confirmar na fé.
“Queremos ser estes servidores da alegria dos jovens no mundo de hoje, porque, como disse o Papa Francisco no Panamá, os jovens não são nem o presente nem o futuro da Igreja, são o agora da Igreja e do mundo e é preciso levar muito a sério os jovens”, observa o bispo transmontano.
“Oportunidade única para a renovação da pastoral juvenil vocacional”
O prelado, que considera que “é uma feliz ousadia que a JMJ aconteça também em Portugal”, vê a iniciativa como “uma oportunidade única para a renovação da pastoral juvenil vocacional em Portugal e nos países da lusofonia e, também, nesta velha europa que precisa deste novo vigor, deste novo alento para poder responder com inteligência, com alegria, com esperança às horas difíceis que vivemos no mundo de hoje”.
Será “uma feliz oportunidade para o crescimento e amadurecimento na fé e para que os jovens sejam evangelizadores dos outros jovens”, afirma D. José, explicando que “não é uma questão de proselitismo, porque a Igreja cresce por contágio e é o contágio da alegria e do testemunho autêntico e genuíno da fé dos jovens que pode contagiar outros jovens. E isso tem acontecido em todas as JMJ”.
D. José Cordeiro que já participou em três JMJ, Rio de Janeiro, Cracóvia e Panamá, sublinha ainda que “estes encontros levam a novos encontros e a partilha de culturas, de línguas, de maneiras de ser e de estar na mesma e única fé, na mesma e única Igreja sem fronteiras e fazem de nós pessoas mais livres e mais comprometidas e até mais humanas”.
“Os testemunhos são tão profundos e tão edificantes que nos levam a acreditar que seja uma ocasião, podemos dizer, quase única, para este tal empurrão. E este impulso de nós que não seja apenas acolhermos os jovens que vierem de todos os lugares do mundo, mas que seja uma oportunidade para nós entrarmos neste processo de seguimento de Jesus Cristo, com alegria e com convicção e sem medo de testemunhar a alegria do encontro com Jesus Cristo”, detalha.
A realização do maior evento juvenil a nível mundial de índole religioso e cultural poderá ser também, no entender do bispo transmontano, um despertar de novas vocações, “na medida em que estas nascem do encontro com Jesus Cristo”.
“Esta vocação para a missão, o tornar-se capaz de servir os outros gratuitamente, na generosidade da inteireza do seu coração, nasce da partilha da fé. E os encontros, como é a JMJ, são momentos de fé, de oração, de convívio, de encontro, mas também de confronto com aquela pergunta fundamental: para quem é que eu sou?”, explicita.
“E neste confronto autêntico surgem pessoas capazes de doar a sua vida ao evangelho e ao serviço dos outros e, de um modo especial, aos que mais precisam e aos mais pobres”, conclui D. José Cordeiro.
A Jornada Mundial da Juventude é uma iniciativa pensada pelo Papa João Paulo II, que dedicou sempre uma atenção especial aos jovens.
Acontece todos os anos a nível diocesano, por altura do Domingo de Ramos, e a cada dois ou três anos, como um encontro internacional, numa cidade escolhida pelo Papa, e tem contado sempre com a sua presença. Estes encontros internacionais têm reunido milhões de jovens para celebrar a sua fé a sua pertença à Igreja.