O Governo tentou convencer a direção do PSD a validar o negócio que vai permitir ao Estado ficar com 95% da agência Lusa. A direção dos social-democratas opôs-se por entender que um governo demissionário não tem legitimidade para tomar essa decisão.
De acordo com o jornal Observador, o Executivo deverá mesmo avançar com a aquisição das participações do grupo detentor do Jornal de Notícias, Diário de Notícias e TSF na estrutura acionista da agência Lusa.
Em declarações à Renascença, o vice-presidente da Frente Cívica (associação apartidária dedicada à defesa de causas de interesse público), João Paulo Batalha, teme pela perda da independência dos órgãos de informação em tempo de campanha eleitoral.
"Avançar para uma compra destas, numa altura em que temos um estado demissionário, é perigoso neste cenário pré-eleitoral, em que se pretende que haja um máximo de independência da comunicação social", defende. "Devia haver uma discussão pública alargada e tudo isto é muito difícil de fazer com um governo demissionário".
João Paulo Batalha apela à intervenção do Presidente da República para travar eventuais abusos. "Marcelo Rebelo de Sousa tem não só falar mas agir, e saber se vai aprovar uma alteração tão importante feita à beira de eleições. É uma questão que precisaria de esperar até ao próximo governo", afirma.
Esta quarta-feira, em entrevista à Lusa, o "chairman" da Global Media, Marco Galinha, diz estar confiante de que o negócio vai estar concluído em breve. “Diria que não vai haver qualquer razão para preocupação, as coisas estão muito bem encaminhadas”, afirmou.