​O Chega revela-se
30-10-2024 - 06:23

Os portugueses não devem esquecer as recentes palavras de altos dirigentes do Chega. Um partido que aproveita a democracia para promover a instauração de um regime nada democrático.

Os distúrbios na Grande Lisboa, que começaram na semana passada, levaram dirigentes do partido Chega a fazerem afirmações polémicas. O Ministério Público abriu um inquérito a essas declarações.

A justiça dirá se tais afirmações constituem crime. O meu ponto não é esse – apenas quero salientar quanto recentes declarações de três dirigentes do Chega revelaram a verdadeira face desse partido.

O líder do Chega, André Ventura, referindo-se ao polícia que alvejou mortalmente Odair Moniz, afirmou: “Obrigado. Era esta a palavra que devíamos estar a dar ao polícia que disparou sobre mais este bandido na Cova da Moura”. E acrescentou, referindo-se ao polícia: “Nós não devíamos constituir este homem arguido. Nós devíamos condecorá-lo”.

Nesta linha, Ricardo Reis, assessor parlamentar do Chega, considerou que o polícia arguido “deixou as ruas mais seguras”, acrescentando “menos um criminoso... menos um eleitor do Bloco”. Pedro Pinto, líder parlamentar do Chega, por sua vez afirmou: “se calhar, se disparassem mais a matar, o país estava mais na ordem”.

Eis, portanto, a ordem que o Chega deseja para o nosso país. É bom que os portugueses atentem nestas palavras de altos dirigentes do Chega e não as esqueçam. Um partido que aproveita a democracia para promover a instauração de um regime nada democrático.