O primeiro-ministro, António Costa, afirmou esta quarta-feira que o conhecimento e o contributo das escolas públicas vão permitir “continuar a transformar” o país e torná-lo melhor daqui a cinco e 10 anos.
“Aquilo que nos dá alegria, satisfação e confiança no futuro é saber que, daqui a cinco anos estaremos melhor e, estando melhor daqui a cinco anos, vamos estar melhor daqui a 10 anos, e é esse contínuo desenvolvimento de conhecimento cumulativo que nos vai permitir poder continuar a ver o país a transformar-se, seguramente não tão rápido como gostávamos, seguramente com tropeções que sempre acontecem”, afirmou António Costa.
O primeiro-ministro, que discursava após uma visita à renovada Escola Secundária Alexandre Herculano, no Porto, salientou que “o que mais atrofiou o país ao longo de décadas foi o atraso no conhecimento”, mas que há agora razões para acreditar no futuro.
“Temos boas razões para olhar para o futuro com confiança porque hoje temos, felizmente, o capital humano que antes não tínhamos”, considerou.
António Costa destacou ainda as três reformas “quase silenciosas” que transformaram a dinâmica das escolas públicas - flexibilização curricular, autonomia das escolas e descentralização de competências - para dizer que o caminho ainda não está concluído ao nível da qualidade da alimentação, do tempo dedicado à atividade física e da combinação de saberes.
“Esta transformação é muito importante”, observou, recusando que a escola pública tenha deixado de desempenhar o papel de elevador social e de inclusão.
Depois de visitar laboratórios, de assistir a atuações musicais e a peças de teatro, e de se encontrar com estudantes surdos, o primeiro-ministro destacou a importância da parceria entre o Governo, a Câmara Municipal e os fundos comunitários na reabilitação do antigo liceu Alexandre Herculano.
“É um bom exemplo de como o trabalho em conjunto é fundamental para transformar o que é necessário nas escolas”, acrescentou.
Também após a visita, o presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, salientou que, apesar das críticas apontadas, “parece hoje claro que a descentralização de competências na educação não só é possível como desejável”.
Depois de muitos anos de “degradação física, pedagógica e reputacional”, Rui Moreira destacou que a Escola Alexandre Herculano voltará a ser uma instituição de referência do sistema de ensino português.