Os hospitais nacionais vão receber nas próximas semanas os primeiros medicamentos derivados de plasma exclusivamente colhido em Portugal.
"Até aqui, todos os medicamentos derivados do plasma eram importados, incluindo a albumina. Agora, passámos a ter medicamentos derivados de plasma, a partir de plasma exclusivamente doado em Portugal", diz à Renascença o presidente do Instituto do Sangue e da Transplantação (IST), João Paulo Almeida e Sousa.
A primeira fase do Plano Estratégico Nacional de Fracionamento do Plasma permitiu colher 30 mil litros de plasma para a produção dos medicamentos derivados do plasma de maior consumo nacional - albumina humana, imunoglobulina humana e fator VIII. Este volume traduz-se, também, numa poupança financeira considerável: "Iremos poupar cerca de dois milhões de euros com estes 30 mil litros de plasma colhido e que foi enviado para fraccionamento."
Ainda assim, Portugal não é auto-suficiente, sendo "é previsível que nunca venha a ser porque não temos um volume de colheita suficiente. É uma questão de escala".
“De qualquer forma, é um contributo importante", enfatiza Almeida e Sousa.
O presidente do IPST adiantou que o instituto irá agora avançar para uma segunda fase do Plano Estratégico Nacional de Fracionamento do Plasma, que vai implicar um novo concurso a realizar durante este ano em que entrará, além do plasma do instituto, o plasma dos hospitais.
“No primeiro concurso foram para fracionamento 30 mil litros de plasma do IPST e no próximo concurso esperamos ter 50 mil litros do instituto e dos hospitais”, avança o presidente do IST.