Veja também:
- Aluno brilhante, professor, comentador, político. Presidente?
- Marcelo deixa espaço de comentário na TVI
- Marcelo, a "carta fora do baralho", o "portador de afectos". Dez frases sobre uma candidatura
Marcelo Rebelo de Sousa anunciou esta sexta-feira à tarde a candidatura à Presidência da República. "Chegou o tempo" de avançar para Belém. "Cumprirei o meu dever moral de pagar o que Portugal me deu", declarou o antigo líder do PSD.
O anúncio oficial da candidatura de Marcelo Rebelo de Sousa à Presidência da República aconteceu na biblioteca com o seu nome, em Celorico de Basto, Braga.
Durante o discurso de cerca de 15 minutos, passou em revista quatro décadas de vida pública e falou das suas diversas facetas como político, professor e comentador.
Marcelo Rebelo de Sousa salientou que sempre pautou as suas intervenções pela independência e liberdade, nos tempos da ditadura e depois do 25 de Abril.
Considera que reúne condições para avançar para Belém, porque conhece por dentro o poder central e local, a Presidência da República como conselheiro de Estado, tem experiência internacional e conhece bem a Constituição da República, que ajudou a elaborar e a rever.
Marcelo defende "convergências alargadas"
Na apresentação de uma candidatura de "afectos", com a bandeira de Portugal em pano de fundo, Marcelo Rebelo de Sousa defendeu que está na hora de o país "sair do clima de crise pesada e injustça que já durou tempo demais".
"É essencial que haja convergências alargadas sobre aspectos de regime. Não há desenvolvimento com governos a durem seis meses ou um ano e com ingovernabilidade crónica", afirmou o professor, numa altura em que a coligação PSD/CDS tenta encontrar uma solução governativa após a vitória sem maioria absoluta nas eleições legislativas de domingo.
Lembra que, enquanto líder do PSD e da oposição, aprovou três orçamentos do Estado do Governo socialista de António Guterres, que não tinha maioria no Parlamento.
O agora candidato a Presidente da República salienta que a estabilidade tem de estar ao serviço de um "fim maior", nomeadamente, o combate à pobreza e às desigualdades sociais. "Ninguém se salva sozinho", "é preciso construir pontes", reforçou.
"Dívida moral"
Considera que "é tempo de pagar" e "dívida moral" que diz ter para com o país. "A partir de agora, os portugueses e as portuguesas não poderão dizer que fugi da prova do voto e me escondi atrás das minhas conveniências", sublinhou.
Apresentou-se como católico, “influenciado pelo Vaticano II, concílio bem presente no magistério do Papa Francisco”, português “defensor da lusofonia”, europeísta “por Europa das pessoas, da solidariedade e contra o confidencialismo e o egoísmo”, transatlântico e universalista.
Marcelo Rebelo de Sousa chegou à biblioteca de Celorico cerca de 20 minutos antes da apresentação e esteve à conversa com os jornalistas.
Em tom descontraído, disse que estar em Celorico de Basto, onde tem raízes familiares, “é estar em casa” e confirmou que vai deixar o espaço de comentário político na TVI.
Marcelo Rebelo de Sousa tem 66 anos. Aderiu ao PSD pouco depois da fundação, foi líder do partido, candidato à Câmara de Lisboa, é professor na Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa e nos últimos anos destacou-se como comentador político.