Ministro espera redução de doentes nas urgências na primeira semana de janeiro
27-12-2023 - 21:28
 • Ricardo Vieira

"Dificuldades nas urgências são habituais nesta época do ano", afirma Manuel Pizarro.

O ministro da Saúde critica “discursos alarmistas” sobre a situação nas urgências e diz que as “dificuldades são habituais nesta época do ano”. Manuel Pizarro espera uma redução da afluência aos hospitais na primeira semana de janeiro.

Em declarações aos jornalistas esta quarta-feira à noite, no Porto, Manuel Pizarro admite “dificuldades nos serviços de atendimento a pessoas com idade mais avançada, sobretudo na Região de Lisboa e Vale do Tejo”

O hospital Amadora-Sintra bateu um recorde de afluência nas últimas 24 horas e a maioria dos doentes não ligou para a Linha SNS 24.

Antes de se deslocarem aos hospitais, o ministro da Saúde apela aos doentes que contactem os centros de saúde e a Linha SNS 24.

“Temos de fazer um trabalho muito persistente de literacia para a utilização dos serviços de saúde. A isto também não é alheio o facto de a Região de Lisboa e Vale do Tejo ser a região com mais falta de médicos de família. Todas estas coisas acabam por estar ligadas. É mais fácil noutras regiões do país. Na região Norte é mais fácil porque todas as pessoas têm médico de família”, sublinha.

Questionado se o pior ainda pode estar para vir nas urgências hospitalares, o ministro da Saúde espera uma melhoria a partir do início do ano.

“Habitualmente, as agudizações das infeções respiratórias ocorrem por períodos de duas a três semanas. Nós temos verificado desde meados de dezembro paulatinamente um agravamento da situação nos adultos. Espero que isto se comece a atenuar na primeira semana de janeiro, mas é algo que temos que ir avaliando no dia a dia”, afirmou.

Questionado sobre as críticas da Federação Nacional dos Médicos (FNAM), que os profissionais estão a praticar "medicina de catástrofe", Manuel Pizarro criticou "discursos alarmistas".

“Medicina de catástrofe? Alguns [profissionais] dizem. Eu não gosto nada que sejam os profissionais de saúde, médicos, enfermeiros ou outros, a traduzir um discurso que pode ser interpretado pela população como um discurso alarmista. Nós temos dificuldades, essas dificuldades são habituais nesta época do ano - o que não as torna mais aceitáveis - e vamos vencer essas dificuldades, como sempre, com um grande esforço, com a rede do Serviço Nacional de Saúde”, declarou o ministro da Saúde.