O Papa Francisco recebeu esta segunda-feira em audiência privada o cardeal australiano George Pell.
Pell regressou recentemente a Roma, depois de ter passado os últimos anos a defender-se no seu país de origem de acusações de abuso sexual de jovens.
O cardeal sempre se afirmou inocente de todas as acusações e apesar de ter sido condenado em primeira e em segunda instância acabou por ser ilibado pelo Supremo Tribunal, que concluiu que não existiam provas que justificassem um veredito de culpado.
George Pell ainda passou 13 meses na cadeia, antes de ser libertado.
Agora de volta a Roma, o australiano foi recebido por Francisco que, segundo a versão italiana do site oficial de notícias do Vaticano, ter-lhe-à agradecido o seu testemunho durante estes anos.
Pell estava a liderar um esforço para limpar as finanças do Vaticano, atingidas por vários escândalos nos últimos anos, quando as acusações contra ele e o início de um processo judicial o obrigaram a regressar à Austrália. Durante o tempo em que esteve em Roma teve como grande opositor um cardeal italiano, Giovani Angelo Becciu, que conseguiu boicotar várias das suas medidas, incluindo uma auditoria às contas de todos os departamentos da Santa Sé.
Poucos dias antes de Pell regressar a Roma, Becciu foi convidado pelo Papa Francisco a apresentar a sua demissão e a abdicar de todos os direitos inerentes à pertença ao Colégio dos Cardeais. Pouco depois a imprensa internacional revelou que estava a ser investigada uma transferência suspeita de 700 mil euros para a Austrália. Alguns órgãos de imprensa australianos alegaram que o dinheiro teria servido para influenciar os testemunhas de acusação no caso de Pell, mas os advogados do homem que alegou ter sido abusado pelo cardeal nega qualquer ligação a esse montante.
O Vaticano confirmou a audiência do Papa Francisco a George Pell mas não emitiu qualquer declaração sobre o conteúdo da conversa entre os dois.