O ministro da Administração Interna e a secretária-geral do Sistema de Segurança Interna vão ser ouvidos no Parlamento sobre os alertas de sindicalistas do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) sobre a alegada "falta de controlo" do tráfico de seres humanos em Portugal.
A decisão, noticiada pela agência Lusa, foi tomada hoje, por unanimidade, pela comissão de Assuntos Constitucionais, Direitos, Liberdades e Garantias. A audição do ministro Eduardo Cabrita e de Helena Fazenda foi proposta pelo PSD por causa do que a deputada Andreia Neto diz ser a "gravidade das declarações" do sindicato do SEF sobre a "falta de controlo" do tráfico de seres humanos em Portugal devido à escassez de meios para prevenir e combater este crime.
Há uma semana, Acácio Pereira, presidente do Sindicato dos Inspetores de Fronteira, avançou que o crime de tráfico de pessoas está a aumentar no país por causa dessa falta de recursos, lançando um apelo para a "necessidade de combater melhor e de prevenir este flagelo em Portugal". O próprio SEF acabaria depois por emitir um comunicado a refutar todas as considerações feitas pelo sindicalista em entrevistas a vários órgãos de comunicação social, entre eles a Renascença.
Em reação a essas entrevistas, todos os partidos, do CDS ao Bloco de Esquerda, aprovaram esta quinta-feira a proposta da bancada social-democrata para que o assunto seja abordado numa audição com o MAI e com a secretária-geral do Sistema de Segurança Interna. A audição de Eduardo Cabrita já está agendada para 8 de maio.