O número de crianças e jovens em perigo acolhidos em famílias ou instituições voltou a descer em 2017, registando-se 7.553 em acolhimento e 2.857 que saíram dessa situação no ano passado.
Os dados são avançados pelo relatório Caracterização Anual da Situação de Acolhimento de Crianças e Jovens (CASA) relativo a 2017.
Os números indicam mais uma redução, mas mostram também que são cada vez mais os jovens menores de 18 anos, e muitos com problemas de saúde mental, que motivam a intervenção dos técnicos.
O relatório CASA, agora divulgado pelo Ministério do Trabalho e Segurança Social, indica que em 2017 foram acompanhados 10. 410 crianças e jovens. Um total de 55% dos casos transitaram de anos anteriores e 21%, num total de 2.202, entraram no ano passado.
Os que saem têm mais de 15 anos, são rapazes, têm um projecto de vida familiar, nuclear ou adotiva, têm outra medida de promoção ou proteção que pode passar por um centro educativo e há casos em que frequentam respostas educativas ou formativas.
A negligência motiva 71% dos casos, a falta de supervisão e acompanhamento familiar em quase metade dos casos de crianças e jovens referenciados e os comportamentos desviantes continuam a ser as razões pelas quais entram na rede de acolhimento.
Há uma nova realidade, indica o CASA, em que sobretudo jovens dos 12 aos 18 anos, mas com maior incidência dos 15 aos 17 anos, na maioria rapazes, com deficiência ou problemas de comportamento, têm acompanhamento psicológico regular e pedopsiquiátrico e também de medicação. Este grupo corresponde a cerca de metade dos jovens em acolhimento.
Quanto às famílias de acolhimento, são menos. No ano passado, 246 crianças estavam neste regime que ainda está para ser regulamentado.
O relatório olha também para os comportamentos de fuga de jovens que estão em lares e fogem durante mais de um mês: 116 casos, no ano passado. Nesta área, são sobretudo raparigas, em acolhimento há menos de um ano, muitas deslocalizadas.
Há ainda referência aos menores estrangeiros não acompanhados. Foram sinalizados 46, a maioria com idades entre 15 e 17, e quase todos chegaram através de redes de tráfico de pessoas.