António Costa diz que a Europa deve ouvir o que Trump tem a dizer
29-11-2024 - 08:36
 • Olímpia Mairos

O ex-primeiro-ministro português recebe esta sexta-feira o testemunho do presidente cessante do Conselho Europeu, Charles Michel, numa cerimónia em Bruxelas e inicia funções no domingo.

A poucas horas de assumir a presidência do Conselho Europeu, o ex-primeiro-ministro António Costa defende que a relação franca entre Bruxelas e Washington deve continuar, independentemente de que estiver a liderar dos dois lados do Atlântico.

A Europa deve ouvir o que o Presidente eleito dos Estados Unidos da América, Donald Trump, tem a dizer, diz António Costa.

Em entrevista ao jornal Público, o ex-primeiro-ministro diz ser fundamental manter o diálogo com Washington e que não é desejável uma guerra comercial.

“Nós vamos ter que ter com os Estados Unidos um diálogo franco, de países que são amigos, países que são aliados, países que são parceiros e que tem uma relação que está, obviamente, acima de quem circunstancialmente exerce funções do lado de cá do Atlântico ou do lado de lá do Atlântico”, defende.

A poucas horas de assumir a presidência do Conselho Europeu, o ex-primeiro-ministro diz que é preciso “disponibilidade para o diálogo - essa é absolutamente fundamental-, respeito, ouvir o que tem a dizer e trabalhar: como é que podemos, de uma forma que seja vantajosa para a Europa e vantajosa para os Estados Unidos, encontrar aqui um ponto de encontro”.

Para António Costa, “num momento de guerra militar, abrir uma guerra comercial é seguramente deitar gasolina sobre o fogo”.

“Não há nenhuma guerra comercial que promova a prosperidade, nem do lado de cá do Atlântico, nem do lado do Atlântico”, assinala.

Nesta entrevista o antigo primeiro-ministro português defendeu, ainda, que o compromisso da União Europeia com a Ucrânia é indiscutível - tanto para a guerra, como para a paz e para a reconstrução.

António Costa recebe esta sexta-feira o testemunho do presidente cessante do Conselho Europeu, Charles Michel, numa cerimónia em Bruxelas e inicia funções no domingo.