O Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE) português alertou os cidadãos para os riscos de viagens para a capital da Nigéria, Abuja, em virtude da eventual possibilidade de um ataque terrorista.
"Em virtude da difusão de notícias informando da possibilidade de um ataque terrorista em Abuja, recomendamos que se evitem todas as deslocações não essenciais a esta capital", lê-se no alerta publicado no Portal das Comunidades, do MNE.
No alerta, acrescenta-se que se não for possível evitar viajar para Abuja, devem-se então adotar medidas preventivas como evitar "locais de grande aglomeração de pessoas, como templos, centros comerciais, eventos desportivos, mercados e ainda hotéis, sedes de organismos internacionais e edifícios governamentais".
Além de Portugal, países como Espanha, Estados Unidos e Reino Unido atualizaram as respetivas recomendações de viagem relativas à Nigéria, desaconselhando também os seus nacionais a viajarem para Abuja, capital daquele país da África Ocidental, devido ao aumento do risco de ataques.
O Ministério espanhol dos Negócios Estrangeiros deixa claro no seu portal na Internet que "a Nigéria é um país de muito alto risco do ponto de vista da segurança", pelo que desaconselha as viagens para o país.
O Governo espanhol sublinha, por outro lado, que "nenhuma zona da Nigéria está livre de riscos de segurança" e que existe o risco de "ataques, raptos e níveis elevados de insegurança dos cidadãos" em muitas regiões do país, "incluindo áreas anteriormente consideradas seguras, tais como a capital, Abuja".
Também os Estados Unidos e o Reino Unido alertaram os seus nacionais durante o passado fim de semana para possíveis ataques.
"Há um risco elevado de ataques terroristas na Nigéria, especificamente em Abuja", alertou a embaixada dos Estados Unidos em Abuja, avisando que os seus serviços na capital nigeriana seriam reduzidos "até nova aviso".
O Ministério dos Negócios Estrangeiros britânico alertou igualmente para um risco crescente de ataques em Abuja, sublinhando que estes "podem ser indiscriminados e afetar interesses ocidentais, bem como locais visitados por turistas".
O Departamento de Estado norte-americano autorizou, por outro lado, esta terça-feira a saída do país de "funcionários e familiares não essenciais do Governo dos Estados Unidos", justificando essa decisão com o aumento do risco de ataque.
O nordeste da Nigéria tem sido palco de violência levada a cabo por movimentos extremistas islâmicos como o Boko Haram e o grupo Estado islâmico na África Ocidental (ISWA, no acrónimo em inglês) há mais de uma década.
Os dois movimentos extremistas operam principalmente nos estados de Borno, Yobe e Adamawa, mas nos últimos meses têm ocorrido ataques noutros estados nigerianos mais a sul e oeste.
Para além destas ameaças, a Nigéria -- mas também, cada vez mais, os países vizinhos - é palco há vários anos da proliferação de máfias organizadas, especializadas no que tem sido designado como a "indústria do rapto" para posterior resgate.