Só um aperto de mãos em Singapura "pode já ser um avanço muito significativo"
11-06-2018 - 11:00
 • Pedro Mesquita

Em entrevista à Renascença, num regresso à análise de política internacional, Azeredo Lopes mostra-se cauteloso quanto ao que poderá sair da cimeira entre Trump e Kim, destacando que a realização da cimeira é por si só algo de "quase revolucionário".

O ministro da Defesa, Azeredo Lopes, mostra-se cauteloso quanto aos resultados da Cimeira de Singapura, que junta os líderes norte-americano e norte-coreano, na madrugada de terça-feira.

Em entrevista à Renascença, numa espécie de "regresso" à análise de política internacional, Azeredo Lopes diz que um bom resultado em Singapura "seria a pacificação da Coreia do Norte com os seus vizinhos Japão e a Coreia do Sul. a democratização, o fim da nuclearização e a possibilidade de a comunidade internacional poder, finalmente, promover o desenvolvimento e ajuda ao povo da Coreia do Norte". Contudo, esse seria um quadro de "bons resultados a mais".

Azeredo Lopes defende que é preferível baixar as expectativas, destacando como positivo o facto por si só de o encontro de realizar: "Apertarem as mãos pode já ser um avanço muito significativo na relação entre as duas partes. No que diz respeito à paz e segurança internacional, veremos se a Coreia do Norte, com caráter duradouro ou pouco duradouro, poderá ser menos ameaçadora."

"Penso que é razoável irmos assentados passo a passo o que está a acontecer. O facto de os dois lideres terem-se deslocado para o local de encontro é, na minha perspetiva, um sinal extremamente positivo e até surpreendente. Nesta fase é o que tem de ser destacado", acrescenta Azeredo Lopes, que remata, reforçando a sua tese: "Um encontro destes é impensável, é quase revolucionário."