Está dada a ordem para apoiar Marcelo Rebelo de Sousa e PSD e CDS preparam mesmo um apoio mais formal ao candidato para o próximo mês. Ao fim de uma semana em que, mais ou menos explicitamente, foram feitas críticas ao candidato, os líderes dos dois partidos dão sinal para unir esforços e tentar garantir eleição logo à primeira volta.
“Parece-me claro que qualquer dispersão de candidaturas no centro e na direita não ajudaria ao objectivo que me parece possível, mas ainda não seguro: A eleição presidencial resolvida na primeira volta”, diz Paulo Portas, numa declaração enviada à Renascença. Fica assim dado o sinal, que Passos Coelho também deu, para que parem as especulações sobre mais candidatos na área do centro-direita.
Ao longo da semana passada, foi sendo noticiado um certo mal-estar sobretudo no PSD, mas também no CDS, depois de António Pires de Lima ter dito que Marcelo devia ser mais claro sobre o que pretende fazer em 2016 se for eleito Presidente e se o PS for Governo.
Entre os partidos da coligação que ainda governa, foi sendo manifestado um certo desconforto por Marcelo não dizer claramente que convocará eleições assim que for possível. E voltaram a ser faladas as eventuais candidaturas de Pedro Santana Lopes ou Rui Rio. Nos corredores sociais-democratas até houve quem defendesse uma candidatura presidencial de Passos Coelho ou Paulo Portas.
Mas os dois líderes dos partidos quiseram pôr fim a esse clima e vieram dar sinal às usas tropas de que é preciso cerrar fileiras e garantir a vitória de Marcelo Rebelo de Sousa logo na primeira voltas das eleições presidenciais já marcadas para 24 de Janeiro.
Em entrevista à RTP, na sexta-feira à noite, Pedro Passos Coelho disse que é Marcelo quem tem melhores condições para uma candidatura mobilizadora e tem pensamento político com que se identificam as pessoas da área política do PSD. Também disse que o candidato, certamente, vai começar a dizer o que pensa sobre alguns assuntos.
As direcções de PSD e CDS reconhecem que Marcelo não pode ser eleito só com os 38% que estes partidos tiveram em Outubro, pelo que não pode falar apenas para esse eleitorado. “Mas é importante que diga alguma coisa a esses 38 por cento”, disse à Renascença um dirigente da coligação, reconhecendo: “Já começa a dizer.”
E Passos Coelho e Paulo Portas também começaram a dizer alguma coisa a Marcelo. Primeiro, que colocam de parte qualquer hipótese de outros candidatos e que ele é o que tem mais condições para a vitória que o centro-direita quer. Depois, lá mais para o fim do ano – como Passos deixou implícito na RTP e fonte da direcção do CDS confirmou à Renascença -, virá um apoio mais formal e concertado entre os dois partidos. Mas que vai ter de ter o equilíbrio necessário para que Marcelo Rebelo de Sousa possa continuar como que acima dos partidos e a proclamar-se independente como, ainda este fim-de-semana, fez questão de realçar.