O Presidente da República considerou ser importante que todos os responsáveis políticos, convidados ou não, estejam presentes na Feira Nacional da Agricultura, salientando que a decisão de não convidar membros do Governo é critério dos organizadores.
Marcelo Rebelo de Sousa está hoje a visitar a Feira Nacional da Agricultura/Feira do Ribatejo, certame que inaugurou a meio da manhã e que vai decorrer no Centro Nacional de Exposições e Mercados Agrícolas (CNEMA), em Santarém, até ao próximo dia 11.
Questionado pelos jornalistas sobre o facto de a Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP), que detém a maioria no CNEMA, não ter convidado qualquer membro do Governo a visitar o certame, Marcelo lembrou que o mesmo já aconteceu com a Ovibeja.
"O critério é dos organizadores", disse, salientando que foi convidado e que "cá estaria sempre", como aconteceu quando era líder da oposição, quando não tinha nenhuma função política e praticamente sempre desde que é Presidente da República.
"Olhando para o futuro, é importante que todos os responsáveis políticos, convidados ou não convidados, venham cá", disse.
Comentando o estudo da CAP que lhe foi apresentado logo no início da visita, o Presidente considerou que demonstra que "os portugueses sabem mais de agricultura e sabem mais dos agricultores do que se podia pensar, sobretudo os que vivem nas metrópoles, nos grandes centros urbanos".
O estudo, com perto de mil inquéritos válidos, mostra, ainda, que os portugueses "conhecem todos os problemas dos agricultores" e que "estão otimistas quanto ao futuro e exigentes quanto à utilização dos fundos europeus", referiu.
"Em algumas das repostas, exigem mais da parte do Governo, nomeadamente na agricultura mas mais em termos de medidas, de apoios", apontou, considerando "um bom sinal" a importância dada à agricultura.
"Têm uma resposta para mim crucial, que é 70 e tal por cento acha que a agricultura é fundamental para alimentar o país, para maior autossuficiência alimentar, como quem diz, nos tempos de crise é bom sabermos que se pode produzir cá dentro, mesmo com pandemia ou sem pandemia, aquilo que importar lá de fora é mais caro e mais difícil", acrescentou.
Segundo a sondagem desenvolvida pelo Centro de Estudos e Sondagens de Opinião da Universidade Católica Portuguesa, a pedido da CAP, quase 70% dos portugueses defendem que o desempenho do Governo no que diz respeito à agricultura é "mau" ou "muito mau" e 41% referem que o trabalho da ministra é "razoável".
A sondagem "A opinião dos portugueses sobre a agricultura nacional", hoje apresentada na abertura da Feira Nacional da Agricultura, concluiu que 67% dos portugueses avaliam como "mau ou muito mau" o trabalho do Governo no que diz respeito à agricultura.
Por sua vez, 49% sabem quem é a ministra da Agricultura da Alimentação, Maria do Céu Antunes, apesar de só 5% se lembrarem do seu nome, e 41% classificam como "razoável" o trabalho que tem sido feito pela governante.
Mais de metade (58%) reconheceram a CAP como a organização mais representativa dos agricultores portugueses, 83% têm ouvido falar das reivindicações dos agricultores, sendo que 89% as consideram justas.
Por sua vez, 53% não sabem que o Governo e os agricultores estabeleceram, recentemente, um acordo e 55% referiram que o executivo não respondeu às reivindicações do setor.
Para 62% dos inquiridos, os apoios do Governo à produção não permitem que os consumidores tenham acesso a produtos mais baratos, enquanto 34% respondem que sim e os restantes 4% não sabem ou não respondem.
A maioria (77%) dos portugueses considera ser "muito importante" garantir a autossuficiência alimentar.