O líder do Partido Comunista Português (PCP) acusou esta segunda-feira o Governo de anunciar "crescimento por todo o lado" sem que esse crescimento económico chegue aos bolsos da maior parte dos portugueses.
No arranque das jornadas parlamentares do PCP, na Covilhã, Paulo Raimundou criticou os anúncios de crescimento quando as pessoas não sentem o seu impacto no dia a dia.
"A economia cresce, todos os dias nos vão afirmando isto, é a crescer por todo o lado, é sempre a subir, só que esse crescimento não se reverte em nada nos bolsos dos trabalhadores, nos bolsos dos reformados."
No mesmo discurso, o secretário-geral do PCP sublinhou o constante encerramento de serviços públicos pelos sucessivos governos, dizendo não acreditar por isso que se esteja a fazer algo concreto para combater o abandono do Interior.
"Se o caminho é o da desindustrialização, do corte dos apoios à agricultura familiar, de encerramento de escolas, maternidades e instalações de saúde, um caminho de eliminação de freguesias e de afastamento entre os órgãos eleitos e a população, manutenção das portagens, redução ou eliminação das carreiras rodoviárias, falta de investimento na ferrovia... De que servem as lágrimas de crocodilo, os lamentos hipócritas sobre a desertificação e o Interior?"
Para Paulo Raimundo, "o Interior não está condenado e não aceitamos que o condenem".