A associação ambientalista Zero alerta para o agravamento da qualidade da água nas praias durante a época balnear.
Em declarações à Renascença, o presidente da Zero, Francisco Ferreira, adianta que "as razões de interdição estão principalmente relacionadas com a má qualidade da água. Nós temos um aumento, quer das praias interditadas, quer das praias que têm tido banho desaconselhado ou proibido."
Numa avaliação que a Zero faz todos os anos, Francisco Ferreira regista 28 praias interditas e 29 que tiveram banho desaconselhado ou proibido, o que perfaz um aumento de sete praias com má qualidade da água, relativamente à época balnear do ano passado.
O dirigente aponta que as alterações aos níveis da água têm origem fecal e alerta para riscos associados para quem não cumpre as ordens de interdição.
"Há muitos casos de pessoas que continuam a tomar banho e, por prevenção, não deveriam fazê-lo porque é um risco para a saúde pública. Estamos a falar, acima de tudo, de uma contaminação microbiológica com origem, na maioria dos casos fecal, com problemas que podem ser causados ao sistema gastrointestinal e infeções que podem surgir", explica.
"Nesta altura, já não deveríamos ter muitos dos focos de poluição que continuamos a ter e o que é facto é que o investimento feito ao longo das últimas décadas nesta área do tratamento de águas residuais tem sido enorme, mas é preciso as entidades responsáveis, nalguns casos os municípios, noutros não - inclusive indústrias -, sejam mais cuidadosos nesta gestão e na operação de muitos destes equipamentos".
O Presidente da associação ambientalista Zero deixa também críticas à Agência Portuguesa do Ambiente (APA), a quem recomenda mais coerência e eficiência na apresentação de resultados da avaliação da qualidade da água.