Burocracia financeira levou a que vários doentes com cancro ficassem por tratar devido a atrasos no envio de resultados dos exames. Ao que tudo indica, o IPO de Lisboa terá exigido garantias de pagamento das análises médicas por parte de várias unidades hospitalares.
Os casos terão acontecido nos hospitais de Faro e de Portimão, segundo avança o deputado do PSD Cristóvão Norte: “Sabemos que há cinco casos em Portimão e um número não estimado de casos em Faro. Houve mais do que uma pessoa que veio a falecer sem conhecer o resultado das análises.”
As situações aconteceram entre dezembro de 2018 e março de 2019 e estão relacionadas com diagnósticos feitos a doentes com cancro que precisam de análises para ser aplicada uma terapia dirigida. Contudo, esses exames não foram feitos atempadamente. “Há casos de doentes que vieram a falecer sem conhecer o resultado das análises”, denuncia o deputado social-democrata na Renascença.
Segundo Cristóvão Norte, durante o mesmo período houve 26 análises enviadas para o IPO, mas não se sabe qual o número que não obteve resposta ou obteve resposta tardia.
Quando um hospital pretende que se realize uma determinada análise, emite um termo de responsabilidade, mas, se não tiver verbas disponíveis, isso não acontece. “Segundo aquilo que foi possível apurar, o IPO rejeitou a realizou a realização atempada das análises, pois não tinha sido emitido o termo de responsabilidade”, explica Norte.
Face à “gravidade destas denúncias e amputação dos direitos destes cidadãos”, o deputado vai participar à Procuradoria-Geral da República as “provas contundentes” que tem conhecimento para que a PGR avalie se faz sentido abrir um inquérito.