O presidente da Plataforma de Apoio aos Refugiados (PAR), Rui Marques, defende que o decreto anti-imigração de Donald Trump coloca ao mundo o desafio de “afirmar sem medo nem hesitação” que a medida é ilegítima
“Não é uma posição de força. É uma posição de princípio”, explica Rui Marques, em entrevista à Renascença.
Donald Trump decidiu proibir a entrada nos Estados Unidos de refugiados durante quatro meses (e, por tempo indeterminado, dos refugiados oriundos da Síria). Mandou também suspender por 90 dias a entrada de quase todos os cidadãos de sete países de maioria muçulmana: Iraque, Síria, Irão, Líbia, Somália, Sudão e Iémen.
O presidente da PAR sustenta que a medida de impedir a entrada nos Estados Unidos da América a cidadão estrangeiros de sete países é ilegítima e que é necessário que os líderes dos vários países do mundo exerçam “através de todos os meios possíveis e legais de sensibilização da opinião pública, toda a pressão para que possa vir a ser revogada”.
“É preciso que os líderes dos diferentes países como aliás já fez, por exemplo, a chanceler Merkel ou mesmo a primeira-ministra inglesa, Theresa May, afirmem que discordam desta medida”, reforça.
Rui Marques considera que estão em causa princípios fundamentais “que mexem com a paz no mundo e com a justiça numa dimensão global, na forma como nos relacionamos com um problema muito sério que é o choque de civilizações” e lembra, ainda, que “nunca houve um atentado terrorista nos Estados Unidos provocado por um cidadão de qualquer uma destas sete nacionalidades”.