O presidente do PSD considerou esta quarta-feira "muito desagradável" a deliberação que o Conselho de Jurisdição Nacional do partido está a fazer sobre as escolhas da direção para algumas autarquias, e disse que "cá está para resistir".
Interpelado a propósito da reunião do conselho de Jurisdição Nacional do PSD para deliberar sobre queixas apresentadas por várias concelhias de serem ultrapassadas pela direção do partido para a escolha de candidatos, Rui Rio respondeu que "é muito desagradável" assistir "a isto permanentemente".
"Primeiro foi lá o processo disciplinar a mim próprio, depois um processo disciplinar ao líder da bancada [parlamentar, Adão Silva], agora é mais, nem sei bem, uns candidatos que não estão bem", completou o presidente do partido, à margem do lançamento do livro "Portugal – Liberdade e Esperança", do economista e também social-democrata Joaquim Miranda Sarmento, em Lisboa.
Rio criticou os elementos do PSD que, "de uma forma mais por cima da mesa ou mais por baixo da mesa, mais institucional ou menos institucional", estão a "remar contra" para conseguirem de "qualquer maneira" prejudicar o partido.
"Costumam dizer resiliência, eu gosto mais do termo resistência, e a Direção Nacional cá está para resistir", sustentou o dirigente social-democrata.
Em causa está uma notícia publicada esta quarta-feira pelo semanário "Expresso", que dá conta de que o Conselho de Jurisdição Nacional reuniu-se para deliberar sobre várias queixas apresentadas nos últimos meses por concelhias (como, por exemplo, Barcelos, Castelo Branco, Guarda, Lourinhã e Vila Nova de Paiva) que consideram que foram ultrapassadas pelas escolhas da direção de Rui Rio, que terá reivindicado a escolha de alguns candidatos autárquicos.
Contudo, Rio rejeitou a tese de escolher candidatos à revelia dos órgãos locais.
"Quem é que escolheu sempre os candidatos a Lisboa, os candidatos ao Porto, ou quando as concelhias e as distritais não se entendem? Enfim...", comentou.