Marques Pedrosa, antigo vice-presidente do Estrela da Amadora e amigo de Jorge Jesus, acredita que o treinador do Benfica escolherá ir “para qualquer lado onde se sinta bem”. Uma vez que “gosta de se sentir acarinhado”, não vê razões para descartar um regresso ao Flamengo.
O encontro entre o treinador e os responsáveis do clube brasileiro foi confirmado, na quarta-feira, pelo Benfica, que ainda assim nega que Jorge Jesus tenha dado o “sim”. Marques Pedrosa vê um acordo para a saída do técnico de 67 anos como o passo mais difícil do regresso.
“Quem paga a quem? Ou há acordo entre eles ou é muito complicado”, explica em Bola Branca. “Tal como o Jorge regressou ao Benfica, depois de ter saído, não me admira nada que aceite regressar ao Flamengo, pela grande afinidade que criou com os sócios”, acrescenta.
A juntar à eventual vontade do treinador em regressar ao Brasil está a possibilidade de Rui Costa não ver com maus olhos a saída de Jorge Jesus do Benfica. O técnico amadorense foi escolha de Luís Filipe Vieira, com quem tinha afinidade, e “cada direção tem a sua perspetiva”.
“Quando Rui Costa chegou à presidência o Jorge Jesus já lá estava. Se o Jesus não se sente bem, o Rui Costa pode aceitar de livre vontade. Por coincidência, podem juntar-se dois pontos que, apesar de se repelirem, colam-se”, diz Marques Pedrosa, nesta entrevista à Renascença.
Voltar onde se foi feliz pode ser perigoso
Ao serviço do Flamengo, em 2019, Jorge Jesus venceu cinco títulos, incluindo a Copa Libertadores e o campeonato brasileiro. Marques Pedrosa avisa que o amigo pode estar ainda “imbuído naquilo que ganhou” e lembra que “no Brasil as coisas são extremamente difíceis”.
“Muda-se de treinador como quem muda de camisa. O Jorge é que tem de ponderar, mas às vezes dão-se passos em falso. O que hoje é verdade amanhã é mentira”, alerta o amigo do técnico encarnado.
Jorge Jesus tem contrato válido com o Benfica até junho de 2022, ou seja, até ao final da presente época. A equipa técnica do clube da Luz terá, ainda, uma cláusula de rescisão a rondar os seis milhões de euros.