“Usar a palavra pandemia não é o mais adequado para descrever os factos” atuais relativos ao coronavírus, declarou Tedros Adhanom esta segunda-feira, dia em que o balanço de mortos em Itália subiu para sete e em que a lista de países afetados pelo Covid-19 aumentou.
Em conferência de imprensa, o diretor-geral da Organização Mundial de Saúde (OMS) sublinhou que “não vivemos num mundo a preto e branco" quando questionado sobre se já estamos a lidar com uma pandemia.
"Não é uma coisa ou outra. Temos de nos focar em medidas para conter o vírus, enquanto nos preparamos para uma potencial pandemia”, sublinhou.
Já o perito da OMS Mike Ryan reforçou que a organização “ainda está a tentar evitar essa realidade”.
De acordo com o diretor-geral da OMS, a taxa de mortalidade em Wuhan, epicentro do surto do novo coronavírus, é “entre 2% e 4%”. Fora dessa zona, baixa para os 0,7%.
Quanto ao tempo de recuperação da doença, é de cerca de duas semanas, podendo chegar às seis nos casos mais graves.
Tedros Adhanom avançou três grandes prioridades para este momento:
- Proteger os profissionais de saúde
- Envolver as comunidades na proteção as pessoas com mais risco de contrair uma infeção grave – nomeadamente, os idosos e com outros problemas de saúde
- Proteger os países mais vulneráveis, esforçando-nos ao máximo para conter o surto dentro dos Estados que têm capacidade para enfrentar a doença.
O Irão é um dos países onde o número de casos mais está a aumentar. Mike Ryan pede precaução, pois podem estar a ser detetados apenas os casos graves, que conduzem a uma maior taxa de mortalidade.
Uma equipa da OMS deverá chegar ao Irão na terça-feira, para ajudar as autoridades locais a colmatar o surto.
Nesta segunda-feira, a Comissão Europeia anunciou uma ajuda de 230 milhões para ajudar no combate ao novo coronavírus. Na conferência de imprensa desta tarde, o diretor-geral agradeceu.
“Obrigado, Comissão Europeia, por trabalhar em todas as frentes com vista a reforçar a resposta global” ao Covid-19. “A OMS agradece a vossa contribuição de 232 milhões de euros para combater o surto. Juntos por um mundo melhor e mais saudável”.