O antigo primeiro-ministro e líder do PSD Pedro Santana Lopes garante que a sua relação com o PSD chegou ao fim e admite criar um novo partido.
Em entrevista à revista “Visão”, que será publicada na quinta-feira, Santana Lopes coloca um ponto final num capítulo da sua vida, depois da derrota para Rui Rio nas eleições para liderança do partido.
“A minha intervenção política não se fará mais no PSD. Isso acabou. É uma relação que acabou. Deixámos de viver juntos”, declarou Santana Lopes.
O antigo primeiro-ministro e autarca de Lisboa sublinha que vai continuar a bater-se por Portugal e não exclui a hipótese de criar um partido ou ir a eleições.
“Não desisti nem desisto de lutar pelo meu país. Isso não desisto. Agora, tenho que ver qual é o melhor modo de eu contribuir para lutar pelo meu país. Com intervenção política no PSD, não, isso acabou, mas acabou mesmo”, afirma Santana Lopes.
O ex-provedor da Santa Casa estabelece uma comparação entre política e futebol, para dizer que a paixão por um partido pode morrer.
“Os partidos não são clubes de futebol. Do clube de futebol somos para sempre, a não ser que acabe. Um partido político não, é um instrumento de organização e expressão da vontade popular.”
Santana recupera uma frase proferida por si num jantar, em 31 de junho de 1990, para defender que “o PP começa a estar cansado de aturar o PSD”.
“As pessoas têm que compreender que, havendo esta relação, que este estado de espirito várias vezes me tivesse assaltado, várias vezes eu estivesse pensado: se calhar é melhor fazer uma organização partidária em que eu possa mais à vontade ter a intervenção política que acho que devo ter”, atira Santana Lopes em entrevista à “Visão”.