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A Administração dos SAMS – Serviços Médicos de Assistência Social vai fechar todos os serviços de saúde, incluindo o hospital dos Olivais, e vai recorrer ao ‘lay-off’ simplificado. A partir de amanhã, 1200 trabalhadores (médicos, enfermeiros, auxiliares e administrativos) ficam em casa durante pelo período de um mês, que pode ser renovado.
A notícia chegou ao Sindicato dos Médicos da Zona Sul (SMZS) durante a reunião desta segunda-feira com a administração dos SAMS, propriedade do Sindicato dos Bancários do Sul e Ilhas (SBSI) e já confirmada à Renascença pelo presidente, Rui Riso.
A decisão decorre do facto de vários dos trabalhadores (13) e 5 doentes, entretanto transferidos para hospitais públicos, terem tido testes positivos para COVID-19. “Queremos ter a certeza que não somos um foco de contágio; somos parte da solução e não parte do problema”, justifica o presidente da administração dos SAMS, em declarações à Renascença.
Mas para o SMZS, esta atitude teve consequências drásticas, com aumento exponencial do número de profissionais infetados por Covid-19, “alguns deles internados e em risco de vida”. O contágio só aconteceu porque, segundo a organização sindical, a administração dos SAMS insistiu em manter em exercício de funções os profissionais que estiveram em contacto com doentes infetados. Ainda assim, hoje continuavam a trabalhar e foi o sindicato que os informou do lay-off em vigor a partir de amanhã, afirma a sindicalista do Guida da Ponte.
Por isso, o SMZS garante que irá atuar por todos os meios para proteger os seus associados, mas também para responsabilizar a administração do SAMS pela sua “reprovável atuação, nomeadamente ao nível da omissão das condições de segurança e saúde dos trabalhadores médicos”.
Também o SIM (Sindicato Independente dos Médicos) apelou no domingo à direção dos SAMS para não fechar os serviços, lembrando que a medida afeta milhares de doentes que, depois, vão sobrecarregar ainda mais o “já débil SNS”.
O SIM diz mesmo que o SBSI “se aproveitou oportunisticamente da catástrofe que se abateu sobre Portugal e o mundo e do estado de emergência decretado, castigando os seus trabalhadores, arremessando-lhes o 'lay-off”.
Rui Riso garante que quando passar o período de lay-off simplificado (que proíbe os despedimentos) todos são chamados. “Não queremos despedir ninguém, precisamos das pessoas para voltar à normalidade”.
Mas para o SIM, Rui Riso está a dar um mau exemplo: “um presidente de um sindicato a contrariar fortemente os apelos dos órgãos de soberania de mitigar os fortes impactos sociais da Covid-19 é, no mínimo, irresponsável e antipatriótico”.