O Sporting apelou esta terça-feira à celeridade das autoridades na averiguação à alegada corrupção no campeonato nacional de andebol de 2016/17, dizendo que as notícias dos alegados subornos provam que o clube é um “alvo a abater”.
Em comunicado, o Sporting diz repudiar as notícias que dão conta de um alegado esquema de subornos para favorecer a equipa de andebol durante a época passada e antecipa um efeito de contágio deste caso a todas as modalidades do clube.
Na mesma nota, o Sporting diz confiar na justiça e espera uma investigação célere por parte do MP.
“O Sporting confia na Justiça e no Estado de Direito e deseja que a alegada investigação anunciada pelo Ministério Público seja célere e que vá até às últimas consequências no apuramento da verdade”, lê-se no comunicado do Sporting.
O clube diz que este caso é o “primeiro capítulo de uma campanha, mais uma, que visa exclusivamente denegrir a imagem da instituição Sporting”.
“Não nos revemos em qualquer prática que desvirtue a verdade desportiva ou que sejam ética, moral e socialmente censuráveis”, prosseguem os ‘leões’, que dizem desconhecer agentes e empresários citados e admitem tomar medidas para “que sejam responsabilizados nas instâncias competentes”.
Assumindo-se “disponível para colaborar em todas as diligências”, o Sporting admite ser “um alvo a abater porque é o único clube que, genuinamente, continua a lutar e a querer transparência e verdade desportiva em Portugal”.
Federação denuncia ao Ministério Público
Na sequência da notícia do Correio da Manhã, a Federação de Andebol de Portugal (FAP) anunciou a denúncia deste caso ao Ministério Público (MP), que já tinha confirmado a existência de "um inquérito relacionado com a matéria" e dirigido pelo MP do Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) do Porto.
Segundo o jornal, o alegado esquema de corrupção no andebol envolvia "a compra de equipas de arbitragem, quer para os ‘leões’ ganharem, quer para o FC Porto, com o qual disputaram o campeonato até ao fim, perder" e abrangeu a época de 2016/17.
O CM cita conversas e trocas de mensagens de voz entre empresários, na aplicação da internet WhatsApp, e que segundo o jornal "mostram como André Geraldes, hoje diretor de futebol do Sporting, coordenava toda a batota".
O jornal publica ainda uma entrevista com o empresário Paulo Silva, alegadamente intermediário em todo o esquema, que fala em "fraude nas modalidades", confessa ter alinhado no esquema de corrupção "ao serviço do seu clube do coração [Sporting]" e diz que recebia 350 euros por cada árbitro de andebol que corrompia.