O Hospital de São João desmente o bastonário da Ordem dos Médicos que, esta quarta-feira, durante uma visita do Hospital de Braga, denunciou “dificuldade e entraves” na transferência de doentes de cirurgia para os hospitais de referência no Porto.
“O São João tem recebido todos os doentes com indicação urgente para cirurgia”, responde a diretora do serviço de Cirurgia Geral.
Em declarações à Renascença, Elisabete Barbosa confirma que a “atividade cirúrgica no bloco de urgência aumentou 128%”, sendo que “uma grande fatia desses doentes é precisamente transferida do Hospital de Braga”.
Elisabete Barbosa conclui, por isso, que a posição de Carlos Cortes “não corresponde, de todo, à verdade”.
No entanto, "sempre que nós não concordamos com a decisão dos colegas de Braga de transferir um doente para cá, nós envolvemos as direções clínicas e o Conselho de Administração, para que a decisão possa ser tomada superiormente”, acrescenta a médica, que assegura que “não há qualquer tipo de tratamento discriminatório” em relação aos doentes do Hospital de Braga.
Cirurgia Geral. 90% de recusas ao trabalho extraordinário
Dos 40 médicos que integram o serviço de Cirurgia Geral do Hospital de São João, “temos 30 que fizeram escusa em fazer mais do que as 150 horas extraordinárias”.
Recusas que se estendem “a todos os médicos internos de Ortopedia; na Cirurgia Plástica, aos internos e especialistas; na Cirurgia Vascular, todos os internos” recusam prestar serviço além das 150 horas extraordinárias anuais.
“Nós reorganizamos as escalas, privilegiando o atendimento aos doentes externos”, sem estar assegurada a urgência interna, que “está a ser assegurada pela equipa assistencial”.
No entanto, Elisabete Barbosa garante ter as equipas de cirurgia “todas asseguradas” até dezembro.