O Governo português congratula-se com o acordo de proteção da biodiversidade global alcançado na COP15 na madrugada desta segunda-feira, no Canadá.
Em declarações à Renascença, o secretário de Estado da Conservação da Natureza e Florestas, que representou Portugal na cimeira, diz que é um acordo “histórico” e, embora reconheça a existência de dificuldades, assegura que Portugal está comprometido com as suas metas.
“O nosso território marítimo é 18 vezes mais que o nosso território terrestre e realmente a dificuldade é maior, sobretudo porque é preciso investigar, é preciso saber onde estão esses valores a preservar, onde está essa biodiversidade e isso exige um trabalho muito próximo entre todas as instituições de Ensino Superior, as nossas regiões autónomas, que têm feito um trabalho importante nestas áreas, e nós temos essa meta dos 30%”, indica João Paulo Catarino.
Depois de quatro anos de conversações e de quase duas semanas de negociações, os Estados-membros da COP15 fecharam o acordo, precisamente no penúltimo dia da cimeira dedicada ao tema em Montreal, no Canadá, e que prevê garantias de proteção de pelo menos 30% da terra e água do planeta até 2030, com centenas de milhares de milhões direcionados para a conservação de locais e espécies selvagens.
Para João Paulo Catarino, o mais significativo da COP15 é que foi possível chegar a um consenso entre mais de 190 países, muito graças à negociação de um Fundo para a Biodiversidade.
“Foi possível porque, em paralelo, foi negociado um Fundo para a Biodiversidade como garantia. Até 2025 serão transferidos 20 mil milhões de dólares americanos dos países doadores para os países do hemisfério Sul e, até 2030, serão mais 30 mil milhões. É um acordo histórico para o mundo”, sublinha o secretário de Estado.
Por ocasião dos trabalhos em que participou, o governante revelou também que Portugal está a trabalhar na criação de novas áreas protegidas.
“Estamos a trabalhar na Pedro do Valado, numa área marinha do Algarve, junto a Armação de Pera, já temos os trabalhos muito avançados, estamos também a trabalhar com as regiões autónomas dos Açores e da Madeira, sendo que ainda há pouco tempo os Açores classificaram mais três mil quilómetros de área marinha”, anunciou João Paulo Catarino.