Humanismo vs. politicamente correto. A unanimidade na defesa de António Guterres
27-10-2023 - 12:28
 • André Rodrigues

Na semana em que o secretário-geral das Nações Unidas foi duramente criticado por ter relacionado o ataque do Hamas com 56 anos de ocupação da Palestina, Begoña Iñiguez e Olivier Bonamici apoiam alguém que “sempre defendeu as causas humanitárias” e criticam o alinhamento de várias lideranças com a posição israelita e com os Estados Unidos. Tudo isto num programa onde se olhou para as novidades do Conselho Europeu, para os passos para a investidura de Pedro Sánchez em Espanha e para a polémica com o IUC em Portugal.

.Nesta edição do Visto de Fora, Begoña Iñiguez e Olivier Bonamici são unânimes na defesa do secretário-geral das Nações Unidas, depois da polémica gerada pelo discurso que proferiu numa reunião do Conselho de Segurança, em Nova Iorque.

Os dois comentadores rejeitam a ideia de que António Guterres procurou justificar o ataque do Hamas com os 56 anos de ocupação, lembrando que, antes de referir que a ação dos terroristas não surgiu “do nada”, o secretário-geral da ONU foi claro na condenação do massacre de 7 de outubro.

Já sobre as démarches do Presidente francês que, esta semana, fez um raide diplomático, ao encontrar-se com o primeiro-ministro de Israel, o Presidente da Autoridade Palestiniana, o Rei da Jordânia e o Presidente do Egito, Olivier Bonamici sublinha o “caráter simbólico”, numa tentativa do Emmanuel Macron de ouvir todos os atores envolvidos no conflito e numa eventual solução, ao contrário do que têm feito outros líderes europeus que têm estado sempre mais próximos do lado israelita.

Ao longo do programa, tempo também para analisar o acordo em Espanha, entre o PSOE e o Sumar que abre a porta à investidura de Pedro Sánchez como presidente do Governo, algo que só será possível com o acordo dos independentistas catalães.

No plano nacional, destaque para a polémica relacionada com o aumento do IUC para matrículas anteriores a julho de 2007.

Begoña e Olivier consideram que uma medida, aparentemente, bem-intencionada do ponto de vista ambiental não deveria penalizar as famílias que, em muitos casos, não têm condições financeiras para comprar um carro novo e menos taxado.