Aviões russos e sírios bombardearam este domingo de manhã uma zona estratégica a poucos quilómetros do norte da cidade de Alepo.
O campo de refugiados palestinianos de Handarat tinha sido ocupado pelas forças do regime no sábado, mas horas mais tarde os rebeldes contra-atacaram e conseguiram reocupar o território, levando a força aérea síria, com o apoio de aviões russos, a bombardear.
Os bombardeamentos a Alepo têm sido contínuos desde quinta-feira, depois de o cessar-fogo de uma semana ter chegado ao fim na segunda-feira passada. Há relatos de muitas mortes na zona de Alepo ainda dominada pelos rebeldes, entre os quais civis.
As tropas leais ao regime, que contam com o apoio de Moscovo mas também de milícias xiitas do Iraque, do Afeganistão e do Líbano, o poderoso Hezbollah, estão apostadas em conquistar os bairros de Alepo que ainda estão em mãos rebeldes, consolidando assim o seu domínio da cidade e dando um passo crucial para vencer a guerra-civil que, todavia, parece estar longe de acabar.
Se Assad voltar a dominar Alepo fica com o domínio de todas as principais cidades da faixa ocidental do país, onde vive a esmagadora maioria dos sírios, e os rebeldes ficam limitados sobretudo a aldeias e zonas rurais, divididas geograficamente umas das outras. O autoproclamado Estado Islâmico continua a controlar Raqa, no interior e um vasto território à volta, mas que são estrategicamente de menor importância. Já no nordeste as principais cidades são dominadas por forças curdas, aliadas a milícias cristãs que, tendo começado a guerra contra o regime estão agora mais concentradas em suster a ameaça do Estado Islâmico, não se registando combates significativos com o exército sírio.
A realidade no terreno ajuda a compreender por que razão o regime sírio e seus aliados não se mostram particularmente em dar tréguas ou acordar um novo cessar-fogo que, a seu ver, apenas dará tempo para os rebeldes em Alepo se reorganizarem e receberem reforços e armas.
Perante o aumento da intensidade dos combates, o Conselho de Segurança da ONU já convocou para as 16h deste domingo, uma reunião de emergência. O encontro foi pedido pelo Reino Unido, França e Estados Unidos.
Num comunicado, a União Europeia e os Estados Unidos, instam a Rússia a tomar medidas que garantam o cumprimento do cessar-fogo, mas tudo indica que Moscovo quer ver Alepo solidamente nas mãos do regime antes de fazer qualquer cedência.
[Notícia corrigida às 16h01]