A Associação de Praças recebeu esta terça-feira do Ministério da Defesa uma promessa de negociação de carreiras em 2023.
Do encontro com o secretário de Estado da Defesa, Marco Capitão Ferreira, saiu apenas uma boa notícia, diz Paulo Amaral, presidente da Associação de Praças.
“A única coisa de relevo foi o compromisso de durante 2023 chamar as associações profissionais para falarmos sobre a valorização das carreiras e isso deixa-nos ligeiramente satisfeitos”, adianta Paulo Amaral, em declarações à Renascença.
“Chegados lá tivemos o reiterar do que já se sabia, que é os vencimentos serem aumentados 52 euros e 11 cêntimos até ao valor de 2.600 euros e a partir daí serem aumentados 2%. Ainda que a partir da posição remuneratória número cinco todas as outras iam ser aumentadas uma posição remuneratória”. É assim que o presidente da Associação de Praças descreve a reunião.
O encontro destinava-se a discutir questões salariais, sublinhando que “este tipo de reunião devia ter acontecido uns quatro ou cinco meses antes, não era agora”.
Ao secretário de Estado da Defesa, o presidente da Associação de Praças disse que os aumentos comunicados eram “pouco”.
Paulo Amaral argumenta que “com um plano de ação de profissionalização do serviço militar que quer apostas no recrutamento e retenção, não é com esta ‘valorização’ salarial que vamos reter mais do que acontece neste momento”, e acrescentou, “os militares são trabalhadores de uniforme e têm muitos mais deveres do que qualquer outro trabalhador”.
As associações do setor da Defesa estão esta terça-feira a ser recebidas no Ministério da Defesa, no âmbito do Orçamento do Estado para 2023.
Também ouvida pela Renascença, a Associação de Oficiais das Forças Armadas (AOFA) disse que foi recebida esta terça-feira de manhã no Ministério da Defesa para uma reunião onde em cima da mesa estaria a negociação sobre a atualização remuneratória, mas tal não aconteceu.
O presidente da AOFA, António Mota, adianta que "o que aconteceu foi o logro que já tínhamos antevisto e que consistiu na leitura de um documento por parte do secretário de Estado, onde foi transmitido que serão aplicadas aos militares exatamente as mesmas condições aplicadas a toda a administração pública".
Descontentes, os militares dizem basta. "Para nós a brincadeira também acabou. Os portugueses vão - porque a tal nos obrigam - começar a ver os militares na rua em manifestações dentro da legalidade porque nós não incumprimos, mas vamos utilizar todos os meios possíveis e imaginários para defender os legítimos direitos dos militares das forças armadas”, refere o presidente da AOFA.