A Fundação AIS avançou a nível internacional com um pacote de ajuda de emergência para as cerca de 470 famílias cristãs paquistanesas vítimas de ataques por grupos radicais a 16 de agosto em Jaranwala.
A ajuda inclui a distribuição de primeiros socorros, mas também apoio, por exemplo, para a reparação dos danos causados nas habitações e ainda a aquisição de veículos para as pessoas cujo sustento foi destruído pela violência anti-cristã.
Segundo a AIS, os ataques desencadeados a 16 de agosto foram motivados por uma falsa acusação de blasfémia, lembrando que na base da onda de violência estiveram “rumores de que um homem e seu filho haviam desrespeitado o Alcorão”.
Em consequência, os cristãos foram atacados assim como as suas casas e os seus locais de culto.
A diocese local identificou 464 famílias em situação mais desesperada e elaborou um plano para lhes fazer chegar assistência médica imediata, procurando também providenciar bens e ajuda necessária para a reconstrução das vidas de todos os que foram mais afetados.
“As vidas dessas pessoas estão em perigo. Afinal elas lutam para sobreviver no meio de dificuldades imensas”, explica o bispo de Faisalabad, D. Indrias Rehmat, em mensagem enviada à Fundação AIS.
Segundo a diocese, as famílias precisam, com maior urgência, de vestuário, eletrodomésticos de cozinha, roupas de cama e colchões, material escolar para crianças e até mesmo veículos, nomeadamente motorizadas e riquexós, que foram destruídos nos ataques e eram o instrumento de trabalho de muitos cristãos que se dedicam à distribuição e venda de produtos.
“O bispo Indrias Rehmat solicitou a assistência financeira da AIS”, explica Marco Mencaglia, diretor de projetos da fundação pontifícia, acrescentando que a resposta foi imediata, “com o financiamento de um projeto de ajuda para a comunidade cristã e, em particular, para essas 464 famílias, para que possam se reerguer”.
“Estamos prontos para considerar um apoio futuro para a renovação de casas totalmente queimadas e edifícios de igrejas em Jaranwala, se necessário”, adiantou
Também o secretariado português da Fundação AIS está empenhado no apoio à comunidade cristã de Jaranwala.
Numa carta enviada no início de setembro para milhares de benfeitores e amigos da instituição em Portugal, Catarina Martins de Bettencourt explicou a dimensão da tragédia que se abateu sobre esta comunidade cristã e apelou à solidariedade de todos.
“Foi um dos mais cruéis ataques contra os cristãos a que este país alguma vez assistiu”, escreveu a diretora do secretariado português da AIS, realçando que o tempo urge principalmente para quem ficou sem nada.