A diretora-geral da Saúde confia numa reabertura "ordeira" dos centros comerciais na região de Lisboa e Vale do Tejo, na segunda-feira.
Na conferência de imprensa de atualização da situação pandémica em Portugal, este domingo, Graça Freitas lembrou que os centros comerciais já abriram no resto do país e que não houve conta de "distúrbios, ajuntamentos anormais ou comportamento não cívico por parte das pessoas". Por essa razão, "não se perspetiva que o comportamento da população em Lisboa seja diferente" das outras regiões.
"Antes pelo contrário: é uma população que, provavelmente, terá ainda mais cuidados, porque sabe que a atividade do vírus em Lisboa é ligeiramente superior à do resto do país", salientou a responsável.
De qualquer forma, Graça Freitas assinalou que "o espaço comercial tem regras que tem de cumprir e funcionários que podem ajudar os clientes a cumprir essas regras". Nomeadamente, na orientação dos fluxos de circulação dos clientes dentro dos diferentes espaços.
"Nada faz esperar que a abertura dos centros comerciais em Lisboa não se realize de forma ordeira", vincou a diretora-geral da Saúde.
Manusear papel é perigoso?
Apesar de considerar que não há riscos acrescidos de transmissão do vírus durante o manuseamento de jornais e revistas, Graça Freitas recomenda que não sejam disponibilizados em certos espaços, com o objetivo de facilitar a higienização das superfícies.
“Continuamos a achar que não há riscos acrescidos em manusear papel, seja jornais, revistas, cadernos. Mas há aqui uma 'nuance' nos cabeleireiros, barbeiros, consultórios: estamos sempre a recomendar a higienização das superfícies e é por isso que estão agora muito libertas de objetos. É mais fácil desinfetar um espaço onde não está nada, é só pulverizar e passar um pano e fica limpo, que um espaço com muitos objetos", explicou a diretora-geral da Saúde.
Portanto, a responsável vincou que o papel "não deve estar presente" em zonas comerciais, de modo a melhorar a higienização das superfícies.
Máscaras descartáveis no lixo
Graça Freitas voltou a apelar para que as pessoas cumpram "as regras de proteção do ambiente". Isto é, a máscara descartável "deve ser tratada como lixo doméstico e não ser abandonada na via pública".
“A Direção-Geral da Saúde recomenda a utilização comunitária de máscara de dois tipos. Podem usar as ditas comunitárias que, mesmo em Portugal, têm regras para o seu fabrico ou licenciamento. Podem usar também as máscaras cirúrgicas, descartáveis, que têm um certo perfil de filtração", afirmou a diretora-geral da Saúde.
No sábado, em entrevista ao Porto Canal, o ministro do Ambiente e Ação Climática sublinhou que, do ponto de vista económico e ambiental, é "fundamental" que as pessoas troquem as máscaras descartáveis por máscaras reutilizáveis. "Se as utilizarem pelo menos que as ponham no lixo comum e não as entendam como um material reciclável", disse.
Portugal contabiliza 1.517 mortes e 22.669 casos de recuperação entre os 36.690 casos confirmados de Covid-19, de acordo com os dados deste domingo. Neste momento, são 12.504 os casos de infeção ativos.