Michael Cohen, o advogado do Presidente dos Estados Unidos, terá gravado uma conversa, antes das eleições presidenciais, em que ambos se referiram a pagamentos a uma ex-modelo da Playboy que dizia ter tido um caso com Donald Trump.
O jornal "The New York Times", que divulgou a informação, cita advogados e outras fontes conhecedoras da gravação, apreendida pelo FBI durante uma busca ao escritório de Cohen, no âmbito da investigação pelo seu envolvimento no pagamento a mulheres com o objetivo de silenciar notícias potencialmente prejudiciais para Trump antes das eleições de 2016.
A investigação criminal federal procura esclarecer se estes pagamentos violaram as leis de financiamento de campanhas eleitorais.
Durante a rusga do mês de abril o FBI confiscou vários documentos que revelavam uma transferência de 130 mil dólares (112 mil euros) do advogado de Trump para a atriz porno Stormy Daniels.
No decurso destas buscas, e segundo referiu o NYT na ocasião, os agentes federais também detetaram documentos relacionados com duas outras mulheres, uma delas Kareb McDougal, ex-modelo da Playboy que afirmou ter mantido uma relação de um ano com Trump em 2006 e foi hoje identificada como a mulher da gravação.
McDougal considerou ser o momento para vender a sua história e optou por conceder uma entrevista por 129 mil euros ao tabloide "National Enquirer", cujo diretor executivo, David J. Pecker, é amigo de Trump e decidiu não publicar qualquer informação.
O advogado pessoal de Trump, Rudolfo Giuliani, confirmou esta sexta-feira ao New York Times que o Presidente fala na gravação - menos de dez minutos - com Cohen sobre o pagamento à mulher, mas frisou que o pagamento acabou por não se concretizar, sendo este documento "uma poderosa prova de desculpabilização".
"Nada nesta conversa sugere que [Trump] teve qualquer conhecimento prévio sobre isto", disse Giuliani, para acrescentar que Trump indicou a Cohen que se tivesse que efetuar um pagamento que fosse em cheque e não em dinheiro corrente.