Os trabalhadores da Galp emitiram esta terça-feira um comunicado de imprensa sobre o pagamento de viagens ao Europeu de futebol em França, que envolveu a empresa e três secretários de Estado do actual Governo, em que critica violentamente o caso. “Viagens Aliança só vai quem dança” é o título da missiva enviada às redacções.
Os trabalhadores reportam-se a um novo código de ética que o grupo aprovou no final de 2015, para questionar a ética que esteve ou não presente no pagamento de viagens a governantes.
“Enquanto o mundo aguardava apreensivo, possíveis atentados durante o Campeonato da Europa de futebol, veio a verificar-se que o verdadeiro atentado aconteceu em Portugal, com a contestação em torno do pagamento de viagens a membros do Governo para assistirem ao mesmo”, lê-se no documento dos trabalhadores.
A Comissão de Trabalhadores critica ainda “a promiscuidade entre o poder político e o poder económico” que rotula de “inaceitável”. E defende que depois deste caso “a dúvida está colada a todas as decisões deste governo que impliquem a Galp.”
E depois sugerem que o Governo tem ajudado a administração da empresa nos conflitos que os trabalhadores têm tido com a Galp.
“A dúvida não será apenas expectável como legítima, os trabalhadores ainda não se esqueceram dos despachos decretados pelo Ministério do Trabalho nas últimas greves que, no fundo, apenas reproduziam textualmente a posição da Empresa e ignoravam os argumentos dos trabalhadores suportados em decisões dos tribunais que contrariam o sentido do despacho ministerial”, rematam.