O Presidente angolano, João Lourenço, afirmou esta segunda-feira que as relações entre Angola e Portugal estão neste momento "no pico da montanha" e que o processo que em Lisboa envolveu o ex-vice-Presidente Manuel Vicente "não deixou sequelas".
Em entrevista à RTP, em Luanda, na véspera do início da visita de Estado a Angola do Presidente português, Marcelo Rebelo de Sousa, o chefe de Estado angolano apontou a necessidade de continuar a aprofundar o relacionamento que "sempre foi especial" entre os dois países.
"Neste preciso momento as relações estão no pico da montanha, estão lá bem em cima. De qualquer forma, temos o dever de continuar a trabalhar no sentido, não diria de manter esse nível, mas de subir ainda mais", disse João Lourenço.
O Presidente angolano acrescentou que o diferendo com Portugal, a propósito da investigação da Justiça portuguesa a Manuel Vicente, por suspeitas de corrupção, enquanto presidente da petrolífera angolana Sonangol, resultou do incumprimento de um acordo ao abrigo da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, ao nível da Justiça, com Luanda a reclamar receber o processo.
"Para Angola, essa questão foi relevante porque nós estávamos perante um incumprimento de um acordo entre dois Estados - e dois Estados que se querem bem - e havia a necessidade de uma das partes recordar à outra parte que tínhamos um acordo que precisa de ser cumprido. Felizmente, o bom senso acabou por vencer e esse momento difícil passou rapidamente e não deixou sequelas", declarou João Lourenço.