O líder do PSD, Rui Rio, confirma a existência de negociações com o Partido Socialista para a nova Lei de Bases da Saúde e garante ter "a maior abertura possível".
"Nós estamos abertos. Se o PS não concorda exatamente com a nossa proposta - e por isso votou contra - quiser fazer, e parece que quer, algumas sugestões de alteração, nós estamos com a maior abertura possível a analisar e a votar a favor da nossa proposta, com alterações", disse Rui Rio numa conversa com os jornalistas na sede do PSD, em Lisboa.
A Renascença tinha revelado, na terça-feira, que o PS tinha encetado negociações com o PSD tendo em vista a aprovação final da Lei de Bases da Saúde.
O presidente social-democrata disse que o contacto entre os dois partidos "foi feito ao nível parlamentar" e que, agora, "a bola" está do lado do PSD. Rui Rio promete bom senso e garante que "não vai exigir tudo" para que seja possível alcançar um consenso sobre a lei de bases.
Sobre a questão mais polémica, as parcerias público-privadas na saúde (PPP), Rui Rio defende que "o sistema tem que ser público - não há qualquer divergência aí - agora temos que poder fazer PPP desde que isso seja melhor para os cidadãos e mais barato".
"Havendo condições para assim ser, nós não devemos rejeitar as parcerias público-privadas, embora o sistema seja público e predominantemente público", disse o líder do PSD.
Rui Rio recorda que, na especialidade, os socialista votaram praticamente contra todas as propostas do PSD para a Lei de Bases da Saúde.
"Nós queremos, acima de tudo, que haja uma boa Lei de Bases da Saúde e que o interesse dos portugueses esteja acima de tudo. Não vamos entrar aqui em birras partidárias e ser contra o PS só por sermos contra", declarou.
Questionado se o PS só está a negociar porque falhou um acordo à esquerda, Rui Rio respondeu; "se eu estou com espírito negocial prefiro não responder a essa questão. Se entrar em polémicas, quem ganha e quem perde e quem é mais teimoso, não estou a servir os portugueses".
"Em nome do interesse nacional, estamos natural abertos ao diálogo. O interesse público é arranjar pontos de encontro e negociação", declarou.
"Para nós o ponto de partida para a negociação são as nossas propostas", frisou Rui Rio.