Mais de dois mil alimentos vão passar a ter menos sal, açúcar e gorduras trans. É o objetivo do acordo que a Direção-Geral da Saúde (DGS) assina esta quinta-feira com aFederação das Industrias Agro-Alimentares, após mais um ano de negociações.

Entre os produtos alimentares visados estão os cereais de pequeno-almoço, iogurtes, pão, batatas fritas e sopas prontas a comer.

Este protocolo permitirá "tornar estes produtos menos de risco para quem os consome com menos regularidade", diz Pedro Graça, ex-coordenador do programa para a promoção da alimentação saudável da DGS.

Contudo, reconhece, é necessário continuar a apostar na educação dos portugueses para uma alimentação saudável. "Não é apenas uma questão de literacia. São grupos da população, por vezes, com menor capacidade económica e alguns destes produtos são muito baratos, e são também pessoas que pela sua carga de trabalho enorme têm muito pouco tempo para dedicar-se à compra de alimentos com cuidado e para cozinhar", constata.

Para Pedro Graça, "este tipo de alterações na prateleira é fundamental para contrabalançar aquilo que às vezes não se consegue atingir noutras áreas". À Renascença, admite que há falhas no que toca a "motivar as pessoas para a alimentação saudável".

Segundo a DGS, trata-se de mais uma medida de promoção de uma alimentação saudável. A assinatura dos protocolos decorrerá em Lisboa e contará com a presença da ministra da Saúde, Marta Temido.