Os primeiros cenários de saldos negativos preveem-se para 2033, disse hoje a ministra do Trabalho, Ana Mendes Godinho, assinalando um "adiamento" de 17 anos face às projeções que existiam em 2015.
Falando no final de um Conselho de Ministros extraordinário, Ana Mendes Godinho, precisou este novo cenário, incorpora já a despesa adicional na sequência do aumento intercalar de 3,57% que os pensionistas vão ter a partir de julho.
O melhor desempenho da economia e a resiliência do emprego, e também o pressuposto de rendibilidade do Fundo de Estabilização Financeira da Segurança Social (a chamada "almofada" do sistema previdencial) explicam o adiamento dos primeiros défices e permitiram também a atualização intercalar das pensões.
Depois de em 2022 a Segurança Social ter fechado com um excedente de 1,3 milhões de euros, a ministra salientou que as previsões para 2023 - tendo em conta o ritmo de crescimento do número de trabalhadores a descontar para a Segurança Social -- é que o saldo atinja os 3,1 mil milhões de euros, o seu "maior" de sempre.
"Há, de facto, um aumento do saldo previdencial durante a próxima década e fica, assim, adiado para 2033 o cenário dos primeiros saldos negativos do sistema presidencial", disse a ministra, precisando que "na prática isto significa que mesmo já contando este aumento intercalar", se consegue "ganhar 17 anos para os primeiros saldos negativos face às projeções que existiam em 2015" e um "ganho de três anos" relativamente às projeções de 2022.
Segundo dados que referiu, a população ativa (pessoas disponíveis para trabalhar) atingiu um recorde de 5,2 milhões, estando ainda a assistir-se a um aumento do número de trabalhadores declarados à Segurança Social, que aumentaram em 150 mil no primeiro trimestre deste ano face ao trimestre homólogo do ano passado.
No total há 4,9 milhões de pessoas com descontos para a Segurança Social, disse, acrescentando que se verifica um aumento de cerca de 8% do valor médio dos salários declarados à Segurana Social.