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Depois de ouvir a juiza do Tribunal de Busapeste, esta terça-feira, decidir que vai ser entregue às autoridades judiciais portuguesas, o pirata informático, Rui Pinto, voltou à carga na acusação que faz a investigação que está a ser feita em Portugal.
Desta vez, a mira do "hacker", que denunciou vários casos de escândalos ligados ao futebol, apontou para a Polícia Judiciária, e alguns chefes daquela unidade de investigação, que acusou de terem reuniões clandestinas com elementos do fundo de investimento Doyen.
"A PJ em Portugal, através de elementos que nem estão ligados ao processo, fala com elementos ligados à Doyen em reuniões clandestinas", disse Rui Pinto aos jornalistas portugueses que estão a acompanhar a adiência deste português de 30 anos, em Budapeste.
Rui Pinto disse ter na sua posse documentos que comprovam a troca de e-mails entre os inspetores da PJ e elementos da Doyen em que se "tratam quase como amigos." "Os inspectores da Judiciária usam emails pessoais, nestes contatos", revelou o denunciante.
O jovem português que está por detrás da revelação de casos como "Football Leaks", e que se suspeita ter invadido o sistema informático do Benfica para de lá retirar e-mails do clube, afirma que já enviou à justiça francesa toda a informação que tem em sua posse, na qual está exposta a alegada relação de proximidade entre os investigadores portugueses e a Doyen.
"isto é gravíssimo. O Ministério Público investiga isto? Não investiga", denuncia.
O Ministério Público (MP) imputa ao pirata informático de 30 anos, dois crimes de acesso ilegítimo, dois de violação de segredo, um de ofensa a pessoa colectiva e ainda uma tentativa de extorsão, nenhum ligado ao Benfica ou FC Porto. O caso dos emails não está a ser julgado neste processo.
Nas alegações iniciais para evitar a entrega à justiça portuguesa pela Hungria, Rui Pinto disse que não pode confiar nos tribunais nacionais, porque já demonstraram em casos ligados com o futebol que não atuam.
"Isto é uma questão de vida ou de morte. Não me envie para Portugal", disse em Budapeste o jovem português.