O impacto da greve dos enfermeiros não fez aumentar o número de cheques-cirurgia que chegaram ao privado.
Apesar de milhares de adiamentos nos blocos operatórios, o recurso ao privado através do Sistema Integrado de Gestão de Inscritos para Cirurgia (SIGIC) não foi solução, diz à Renascença Óscar Gaspar, presidente da Associação Portuguesa de Hospitalização Privada.
“Em 2018 houve um acréscimo em relação ao ano anterior, mas no que respeita aos meses de novembro, dezembro e janeiro, em que houve a greve cirúrgica, de facto não notámos nenhum tipo de acréscimo”, diz.
Os hospitais privados avisaram em novembro que estariam dispostos a “dar um contributo adicional em termos de recuperação das listas de espera”, mas que essa oferta não foi aceite pelo Governo.
Questionado da razão da recusa, Óscar Gaspar remete para o Governo. “Isso é uma pergunta que tem de colocar ao Ministério da Saúde. Admito que nos últimos meses tenha havido algum preconceito ideológico mais acentuado em relação a tudo o que não é público.”
Contudo, Óscar Gaspar acrescenta que o Estado até teria poupado dinheiro se tivesse recorrido ao privado. Pelas regras do SIGIC, o valor de referência resultaria numa redução média de custos da ordem dos 20%, afirma.
A Renascença já pediu esclarecimentos ao Ministério da Saúde, mas ainda não os obteve.