O secretário de Estado da Juventude e Desporto (SEJD) classificou como "inadmissíveis" as ameaças feitas ao árbitro de futebol Luís Godinho e considerou que as autoridades competentes têm de ser "implacáveis" na luta contra este tipo de atos.
"Repudio veementemente qualquer expressão de violência, física ou verbal, ainda que na forma de ameaça ou de mero incitamento. As ameaças feitas ao árbitro Luís Godinho e à sua família são inadmissíveis", referiu João Paulo Rebelo, em declarações à agência Lusa.
"Os agentes do futebol, mais do que nunca, devem dar valor à importância que tem a sua atividade na nossa sociedade e demonstrar que são dignos do regime de excecionalidade de que esta beneficia".
Segundo o governante, toda a sua atuação enquanto secretário de Estado se tem pautado "por defender a intervenção imediata e eficaz das diversas autoridades competentes, administrativas, policiais e judiciais, mas principalmente desportivas, no sentido de serem implacáveis na luta contra este tipo de atos, desde a sua origem".
João Paulo Rebelo não fez qualquer referência às declarações de Pinto da Costa, depois do jogo em Braga. O presidente do FC Porto queixou-se da "falta" de um secretário de Estado do Desporto.
Pinto da Costa falava de "provocações" ao FC Porto, numa crítica às nomeações dos árbitros e às arbitragens, considerando que não valia a pena pedir intervenção do Governo, porque "neste país não temos secretário de Estado do Desporto porque morreu. Não foi enterrado mas está morto ou desertou".
De acordo com o Conselho de Arbitragem da Federação Portuguesa de Futebol, o árbitro Luís Godinho e a sua família receberam ameaças de morte, após o jogo das meias-finais da Taça de Portugal entre Sporting de Braga e FC Porto (1-1), depois também de os contactos dos árbitros terem voltado a ser divulgados nas redes sociais.
Segundo a mesma fonte, as autoridades policiais foram de imediato avisadas e a viagem do árbitro de regresso a casa foi monitorizada pela polícia.
João Paulo Rebelo considerou que este tipo de "fenómenos não podem ter lugar no desporto, muito menos num momento excecional e sem precedentes, como o que se vive atualmente, em que a maior parte do país se encontra confinado e a esmagadora maioria das atividades paradas".
"Os agentes do futebol, mais do que nunca, devem dar valor à importância que tem a sua atividade na nossa sociedade e demonstrar que são dignos do regime de excecionalidade de que esta beneficia", considerou o governante.
[notícia atualizada às 9h30, com a referência à ausência de comentário do secretário de Estado à crítica de Pinto da Costa]