O Papa enviou uma mensagem aos participantes no IV Congresso Internacional sobre música, onde reconhece as dificuldades causadas pela pandemia e valoriza os esforços de muitos para trabalhar “em rede”.
“O meu pensamento dirige-se a todos os que foram afetados: aos músicos, que viram a sua vida e a sua profissão perturbadas pelas exigências do distanciamento; aos que perderam o emprego e o contacto social; a quantos tiveram que enfrentar os momentos necessários de formação, educação e vida comunitária em contextos difíceis”, disse Francisco, numa mensagem vídeo enviada para o encontro, organizado pelo Conselho Pontifício da Cultura.
“Muitos têm dedicado esforços significativos para continuar a oferecer um serviço de música com nova criatividade. É um compromisso válido não só para a Igreja, mas também para o horizonte público, para a própria "rede", para quem trabalha em salas de concerto e outros locais, onde a música está ao serviço da comunidade”, acrescentou.
Bergoglio, que gosta de música e, desde miúdo, se habituou a ouvir ópera em sua casa, afirma nesta mensagem que “um bom músico conhece o valor do silêncio, o valor da pausa”.
“A alternância entre o som e o silêncio fecham e permitem a escuta, que desempenha um papel fundamental em qualquer diálogo”, explicou.
Francisco aponta aos músicos um desafio comum, convidando-os a “ouvirem-se uns aos outros”. E lança uma pergunta, “que surge espontaneamente na situação em que nos encontramos, causada pela pandemia: o silêncio que vivemos é vazio ou estamos a ouvir? Mais tarde permitiremos que surja uma nova música?, questionou o Papa.
E em tom de esperança, Francisco termina a sua mensagem com o desejo de que “vozes, instrumentos musicais e composições continuem a expressar, no contexto atual, a harmonia da voz de Deus, levando à “sinfonia”, à “fraternidade universal”.