Com o cair do dia acendem as velas que simbolizam a esperança. "A luz e a esperança que ainda temos que alguma coisa se faça pela escola pública porque nós só estamos aqui pelo futuro."
Sofia Pereira é professora em Lagoa e foi uma das cerca de 100 vozes que se fizeram ouvir. Mesmo com os serviços mínimos, ao final do dia os professores pegaram nos cartazes para continuarem a luta.
Cansados, mas sem intenção de parar, como nos contou David da Graça, docente em Portimão: "Há cansaço como é óbvio, mas, neste momento, depois de nos tirarem este direito constitucional esta é uma das formas de continuarmos a lutar e continuarmos visíveis para a comunidade".
Professores e assistentes operacionais juntaram-se num cordão humano na rotunda da Estrada Nacional 125 em Lagoa, junto ao Terminal Rodoviário, pelas 18h00, e quem por lá passava de carro apitava a mostrar o seu apoio. Na manifestação estavam também pais e alunos.
"Se todos os pais se juntassem aos professores o Governo já tinha tomado uma decisão". O apelo de Sérgio Aleixo que não estava sozinho, tendo levado consigo a filha que está no 5º ano. "Os professores querem uma melhor educação para nós e nós temos que os apoiar se não daqui a uns anos não há educação", lamenta Maria Aleixo.
Os assistentes operacionais também não faltaram à chamada. "Não é justo eu ter colegas com 30 anos de casa a ganhar exatamente o mesmo ordenado que eu quando foram elas que tomaram conta de mim quando lá estudei", afirma Vera Bernardo, assistente operacional na Escola Secundária Padre António Martins de Oliveira, em Lagoa.
Vindos de Lagoa, Portimão e Albufeira, a comunidade escolar continua em luta e promete não parar.