A Fundação Champalimaud entrou na ranking dos melhores do mundo em inteligência artificial elabora pela revista Nature. A instituição portuguesa é a quarta melhor na lista das instituições sem fins lucrativos e está em 69º. lugar na lista geral.
Estas listas da mais conceituada revista internacional de temas de ciência são elaboradas através da análise do trabalho publicado na área da inteligência artificial e com maior percentagem de artigos colaborativos a nível internacional.
“Este prémio significa que somos reconhecidamente uma instituição que está entre as instituições da frente que utilizam dados de inteligência artificial na investigação científica que fazem”, disse à Renascença a presidente da Fundação, Leonor Beleza.
“Significa reconhecimento em primeiro lugar e significa responsabilidade e de certa maneira um impulso para que continuemos neste caminho”, acrescenta Leonor Beleza, salientando a importância da inteligência artificial na investigação científica e, em especial, no domínio das neurociências, que é uma das áreas científicas em que a Fundação Champalimaud mais tem investido.
“Através da inteligência artificial o que se tenta é reproduzir mecanismos da inteligência humano, fazendo com que, em certo sentido, máquinas possam tomar decisões em termos inteligentes. Neste contexto, a proximidade entra as neurociências e a inteligência artificial é bastante óbvia e, portanto, é um dos domínios científicos em que podemos contribuir mais para o avanço da inteligência artificial e para a sua compreensão e para a sua utilização”, explica a presidente da fundação.
Leonor Beleza reconhece que a inteligência artificial tem virtualidades, mas também “coloca problemas de caracter ético na sua utilização e coloca problemas muitíssimo interessantes”, nomeadamente ao nível do que se pode ou não fazer.
“A questão, do meu ponto de vista, mais interessa debater tem a ver com a ética, com os limites com que os seres humanos devem lidar quando se dedicam a criar soluções de inteligência artificial. Aquilo que me parece mais importante é que a inteligência artificial permite um grande progresso em muitas áreas. Portanto, precisa de ser utlizada, mas utilizada no contexto de rigorosos limites de carater moral que os cientistas, aliás, têm vindo a enfatizar”, conclui a presidente da Fundação Champalimaud.