O bastonário da Ordem dos Médicos, Miguel Guimarães, lamenta que a proposta de Orçamento do Estado para 2021 não corresponda às “expectativas dos profissionais de saúde e dos portugueses” nem invista no Serviço Nacional de Saúde (SNS).
O tema foi debatido esta terça-feira durante um encontro no Palácio de Belém entre o Presidente da República, o atual e cinco antigos bastonários da Ordem dos Médicos: Gentil Martins, Carlos Ribeiro, Germano de Sousa, Pedro Nunes e José Manuel Silva.
Falando aos jornalistas no final do encontro, Miguel Guimarães considerou necessário um reforço do SNS, “para que em tempos de pandemia nenhum doente, com Covid-19 ou com outras doenças, fique para trás”.
O bastonário da Ordem dos Médicos avisa que “não estamos a investir no SNS aquilo que devíamos investir”, e que seria importante que este Orçamento fosse um sinal de que os políticos “estão preocupados com a valorização do trabalho dos profissionais de saúde”.
Exemplo disso, diz Miguel Guimarães, é o facto de não haver na proposta orçamental nenhuma referência à carreira médica como profissão de desgaste rápido. Uma "falha grave", acusa o bastonário.
Noutro plano, Miguel Guimarães defende que a comunicação sobre a Covid-19 deve ser “simples, clara, curta e sempre verdadeira” para ser eficaz.
Antes de se avançar para soluções de isolamento, como um novo confinamento ou um recolhimento obrigatório, o bastonário dos médicos diz que “o importante é as pessoas cumprirem as regras” e “identificar onde acontece a maior parte das infeções”.