"Não é crime nenhum ter um quantitativo em numerário", diz advogado de Escária
09-11-2023 - 10:31
 • Hugo Monteiro , Isabel Pacheco

Defesa do chefe de gabinete de Costa acusa o Ministério Público de querer criar “discussão na praça pública” e diz que o dinheiro tem a ver com "atividade profissional anterior às funções que exerceu” antes de entrar no palacete de São Bento.

A defesa de Vitor Escária rejeitou, esta quinta-feira, qualquer ilegalidade relacionada com a verba de 75.800 mil euros em numerário apreendida nas buscas ao chefe gabinete do primeiro- ministro, António Costa.

À chegada, esta quinta-feira, ao Campus da Justiça, em Lisboa, onde os arguidos da "operação Influencer" serão ouvidos, o advogado Tiago Rodrigues Basto diz que o montante nada tem a ver com o caso atual.

A defesa de Vitor Escária confirma que os factos constam nestes autos, mas “salvo melhor opinião, apenas para causar esta discussão na praça pública".

"Se leram a indiciação, perceberão que é um facto metido a martelo e que não tem rigorosamente nada que ver com a tese do Ministério Público”, defendeu Tiago Rodrigues Basto.

“É uma quantia que foi apreendida no gabinete do doutor Vítor Escária, que se relaciona com a sua atividade profissional anterior às funções que exerceu”, explicou o advogado que, questionado sobre a presença da quantia de dinheiro no gabinete, adiantou que “essas explicações serão dadas ao tribunal” .

“Isso essas explicações serão dadas ao senhor juiz de instrução, que eu saiba, não é crime nenhum ter um quantitativo em numerário onde quer que seja”, rematou.

O chefe de gabinete de António Costa, Vítor Escária é um dos cinco detidos, esta terça-feira, na sequência de um processo que investiga negócios relacionados com a exploração de lítio e hidrogénio verde em Montalegre.

Durante a operação de buscas, foram apreendidos 75.800 euros em numerário no gabinete de Vitor Escária, na residência oficial do primeiro-ministro.