Os EUA e a China comprometem-se a cooperar no combate às alterações climáticas após dois dias de negociações, em Xangai, entre John Kerry, ex-senador americano e atual enviado para o Clima do gabinete do presidente Joe Biden, e o enviado especial de Pequim Xie Zhenhua.
As duas maiores economias do mundo – que juntas são responsáveis por quase metade das emissões de gases de efeito estufa - emitiram um comunicado conjunto, na sequência de uma visita à cidade chinesa de John Kerry, onde prometem trabalhar em conjunto para um objetivo global e cooperar em processos multilaterais, incluindo a Convenção das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas e o Acordo de Paris.
A crise climática “deve ser tratada com seriedade e urgência” e concordamos em trabalhar para “fortalecer” a implementação do Acordo de Paris.
A nota de imprensa, divulgada pelo Departamento de Estado norte-americano, explica que o trabalho conjunto arranca já em novembro.
O plano passa pela 26.ª conferência da ONU para as alterações climáticas em Glasgow, no Reino Unido, onde o tema será discutido por 40 líderes mundiais.
A nota emitida assinala os objetivos essenciais:
- Reduzir a emissão de gases com efeito de estufa
- Preparar um plano de financiamento para os países em desenvolvimento diminuírem a poluição
- Aumentar a produção de energia renovável em todo o mundo
- Incentivar a agricultura sustentável
- Criar de edifícios com eficiência autónoma e transportes verdes com baixas emissões de carbono
- A aviação e as atividades marítimas também estão contempladas neste plano que visa a redução de carvão e gás
O grande objetivo principal é evitar o aumento da temperatura média global.
Jonh Kerry quebrou o gelo que afasta os dois países desde o início da pandemia, na era Trump, tendo conseguido resultados na primeira visita à China de um enviado da nova Casa Branca.
Um passo importante
À Renascença, Francisco Ferreira, da organização ambientalista Zero, fala de um passo importante. “Esta nova administração de Biden está em completa rutura com o que foram os anos de paragem do presidente Trump. Sem dúvida que são dois países cruciais para resolver a crise climática, pois são dois dos maiores poluidores.”
Para Tadeu Soares este acordo é um “passo altamente positivo” que poderá ter resultados noutras áreas fora do ambiente. O antigo embaixador português em Pequim lembra que “tem havido uma confrontação em vários domínios - a atitude das autoridades chinesas em Hong Kong e a violação dos direitos do Homem em Taiwan – mas, dando um passo positivo noutra área (neste caso nos problemas ambientais) facilita que se estenda o diálogo a outras questões”.
O antigo embaixador sublinha ainda o pragmatismo da China, que enfrenta graves problemas de poluição. “Eles sabem que os EUA têm grandes capacidades tecnológicas neste domínio e podem ajudá-los a avançar e a resolver alguns problemas desde grande desafio que é para a China ser a segunda economia do mundo e ter falhas na qualidade de vida dos seus habitantes”.
O antigo embaixador sublinha ainda o pragmatismo da China, que enfrenta graves problemas de poluição. “Eles sabem que os EUA têm grandes capacidades tecnológicas neste domínio e podem ajudá-los a avançar e a resolver alguns problemas desde grande desafio que é para a China ser a segunda economia do mundo e ter falhas na qualidade de vida dos seus habitantes”.