Veja também:
- Passos acredita que PS pode viabilizar Governo PSD/CDS no Parlamento
- Portas ataca Costa, "líder à procura da sobrevivência" e a "considerar o voto do povo um detalhe"
António Costa disse esta terça-feira estarem criadas condições para que o Partido Socialista possa formar um Governo com apoio maioritário na Assembleia da República, graças às negociações do PS com Bloco de Esquerda e PCP. Um Governo que assegure "condições de estabilidade para o conjunto da legislatura".
"Aquilo que nós transmitimos ao senhor Presidente da República é que julgamos que estão criadas condições para que o PS possa formar um Governo que disponha de um apoio maioritário na Assembleia da República e que assegure condições de estabilidade no país", afirmou o secretário-geral do PS, em declarações aos jornalistas no final de uma audiência com o Presidente da República.
Ressalvando que caberá ao chefe de Estado "fazer o juízo do melhor caminho a seguir", Costa considerou que não se deverão prolongar no tempo "situações de indefinição e incerteza através de soluções que antecipadamente" se sabe que não têm viabilidade de terem apoio maioritário no parlamento.
António Costa, que se deslocou ao Palácio de Belém acompanhado por Ferro Rodrigues, Carlos César e Maria da Luz Rosinha, reconheceu que se vive em Portugal "uma situação pouco habitual", embora comum em outros países europeus, mas insistiu na urgência de o país dispor de "um Governo que beneficie de estabilidade".
"Esgotadas as possibilidade de o PSD apresentar uma solução com um suporte maioritário na Assembleia da República, o PS entende que não se deve furtar ao seu dever de contribuir para proporcionar ao país uma solução de Governo estável e que tenha um suporte maioritário para o conjunto da legislatura", vincou.
Questionado pelos jornalistas, o líder do PS não revelou se o partido chumbará a proposta de Orçamento do Estado 2016, mas aludiu à "falta de suporte maioritário" da coligação PSD/CDS na AR.
Contra Governo de gestão
O secretário-geral do PS falou aos jornalistas cerca de uma hora depois de o líder do PSD ter admitido que tem a expectativa de ser indigitado primeiro-ministro.
Costa vê a situação de um modo radicalmente diferente. Diz que, agora que o PS tem condições de assegurar que há "um Governo alternativo", não se deve adiar aquela que "é a solução parlamentar que pode beneficiar de uma maioria e assegurar estabilidade".
"Longos meses de um Governo de gestão" seria negativo, nomeadamente para a imagem externa do país, disse o secretário-geral socialista.
Nas respostas às questões dos jornalistas, António Costa insistiu diversas vezes que o Presidente da República "actuará como entender", mas que "há uma solução alternativa e que o país não ganha nada em prolongar situações de incerteza".