A Rússia concordou com uma extensão do acordo de exportação de cereais ucranianos através do Mar Negro por apenas 60 dias e não 120 como foi dito por Kiev, esclareceu este sábado a porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros russo.
"Há declarações de diferentes lados de que o acordo sobre exportação de cereais foi prorrogado por 120 dias", disse Maria Zakharova, negando a veracidade da informação.
A mesma responsável, citada pela agência russa Interfax e replicada pela AFP, sublinhou: "Temos dito repetidamente que (...) o lado russo informou todas as partes interessadas de que o acordo foi prorrogado por 60 dias".
Antes, responsáveis governamentais em Kiev tinha assegurado que o acordo entre a Rússia e a Ucrânia para prolongar o acordo sobre a exportação de cereais ucranianos era válido por 120 dias.
"O acordo foi prorrogado por mais 120 dias", dissera o ministro ucraniano do Desenvolvimento Comunitário, do Território e Infraestruturas, Oleksandr Kubrakov, na sua conta do Facebook. Kubrakov agradeceu ao secretário-geral da ONU, António Guterres, e ao Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, assim como a todos os países aliados envolvidos na mediação.
"Isto significa que a Ucrânia continua a exportar os seus produtos agrícolas através de três portos", precisou ainda ministro ucraniano, revelando que desde 01 de Agosto 25 milhões de toneladas de cereais tinham sido enviadas "para satisfazer as necessidades do mundo".
Na quarta-feira, a Turquia divulgou que estava a negociar com a Ucrânia e a Rússia uma nova prorrogação de 120 dias do acordo sobre os cereais, em vez dos 60 dias anunciados por Moscovo. .
O acordo, aprovado em julho de 2022 sob mediação da ONU e da Turquia, foi prorrogado pela última vez em novembro passado e deveria expirar este sábado.
Também este sábado, o Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, anunciou a prorrogação do acordo internacional sobre a exportação de cereais ucranianos, mas sem especificar a duração do pacto.
"A continuação e estabilidade do acordo é de importância vital", salientou Erdogan.
O acordo facilitou a exportação de 25 milhões de toneladas de cereais em mais de 1.600 viagens de navios mercantes desde julho passado. Cinquenta e cinco por cento destes alimentos foram para países em desenvolvimento.