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Extradição completa. Rui Pinto aterrou em solo português, esta quinta-feira, e foi entregue às autoridades lusas, depois de ter estado sob prisão efetiva na Hungria. O "whistleblower" embarcou no voo das 15h25, único voo que faz a ligação Budapeste-Lisboa.
Rui Pinto estava em prisão efetiva desde 5 de março, após ter apresentado recurso, com efeitos suspensivos, da decisão de extradição para Portugal. A 14 de março, as autoridades húngaras recusaram o recurso do português.
O "whistleblower" esteve em prisão domiciliária durante quase dois meses, desde o dia 18 de janeiro até dia 5 de março, dia em que apresentou recurso da decisão favorável de extradição. Rui Pinto foi detido após um mandado de detenção europeu emitido pelo Departamento Central de Investigação Penal (DCIAP).
Rui Pinto será agora conduzido até ao Estabelecimento Prisional anexo à Policia Judiciária, onde vai aguardar os primeiros interrogatórios. Primeiro, no DCIAP, e depois no Tribunal Central de Instrução Criminal, onde conhecerá as medidas de coação.
O alegado "hacker" português é acusado de seis crimes em Portugal: dois de acesso ilegítimo, dois de violação de segredo, um de ofensa a pessoa coletiva e outro de extorsão na forma tentada.
Em causa está o acesso ilegal aos sistemas informatos do Sporting e da "Doyen Sports", um fundo de investimento, e a divulgação de documentos confidenciais, como contratos de jogadores do Sporting e do então treinador Jorge Jesus, assim como de contratos celebrados entre a "Doyen" e vários clubes de futebol.